Em resposta aos questionamentos da comunidade acadêmica, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), destacou que pode expulsar alunos que se envolvam em ataques e pichações na instituição.

Ao Correio do Estado, a administração disse atuar de forma conjunta com as polícias (federal, militar e civil), a fim de coibir qualquer ação que se enquadre nas reivindicações e preocupações dos alunos.

“A administração da UFMS está realizando ações com as polícias Federal, Civil e Militar, além de já ter aberto apuração pela Corregedoria para identificar os autores da pichação, que poderão ser desligados da Universidade”, frisou

Os questionamentos voltados à instituição de ensino ganharam força em virtude de um possível “ataque”, datado para o próximo dia 20 de abril. A preocupação dos alunos ganhou repercussão em um canal de comunicação entre os acadêmicos em função da “data escolhida”.

“(…) as ameaças são de nível nacional …englobam os dias 10 e 20/04 pelo Brasil. Como vão garantir nossa segurança”, diz um aluno que não se identificou.

Apesar das manifestações por meio do canal interno, outro aluno destacou a importância dos alunos cobrarem respostas oficiais da UFMS.

O temor dos alunos se sustenta em um ocorrido na mesma data prevista, entretanto em abril de 1999, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 12 alunos e um professor, além de ferirem cerca de 20 pessoas na Columbine High School, em Columbine, nos Estados Unidos. Os jovens tiraram suas vidas após o ocorrido.

Em âmbito municipal, em meio a ameaças em escolas e creches, a Prefeitura de Campo Grande , por intermédio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) destacou algumas medidas para “conter ataques e sanar ameaças” nas escolas da capital.

“Dez veículos estão sendo colocados à disposição das unidades escolares divididos entre as sete regiões da Capital”, diz trecho de nota publicada pela Prefeitura Municipal na tarde desta terça-feira (11).

Além das contribuições dos guardas, o Executivo disse instaurar um botão “antipânico” nas unidades, além de reforço no efetivo da GCM com instalação de Câmeras de segurança, trancas e alarmes.

Em comunicado a prefeitura destacou o remanejamento de 89 guardas para atender às escolas durante o período de aulas, e outros 109 guardas municipais para ajudar nos trabalhos nas escolas do município. De acordo com a administração municipal, as escolas “de maior risco” já foram mapeadas e estão sendo monitoradas.

Preocupada com a integridade da filha, uma mãe que teve o áudio divulgado, comunicou que não deve levar a criança à escola nos próximos dias. No fim desta segunda-feira (10), ela disse que “os policiais estão rastreando os celulares de quem mandou essa mensagem de que vai ter ataque nas escolas”.

De acordo com o áudio, os “alvos” seriam quatro escolas da capital. “Prefiro que minha filha fique aqui, perca algumas notas,recupere depois, do que perca a vida lá, no meio de tantas criancinhas”, diz em outro trecho.

Mesmo preocupados, os áudios estão atribuídos ao desencontro de informações entre os pais, onde estariam repassando informações sem fundamento, conhecidas como “fake news”.

Guarda Municipal

Antes mesmo da decisão da prefeitura, o Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande (SindGM/CG),  protocolou uma “solução” para proteger as instituições de ensino da Capital. O ofício foi endereçado ao Secretário Municipal de Segurança e Defesa Social, Anderson Gonzaga.

De acordo com o documento, mais de 800 servidores realizariam plantões para garantir a segurança dos ambientes escolares.

“Considerando que temos 205 unidades entre Centros de Educação Infantil e escolas, empregaríamos o quantitativo máximo de 820 servidores para tal atividade, uma vez que através das escalas para atendimento do plano de segurança escolar em dias letivos teríamos permissivo legal para o emprego de escalas de plantão de 12h por 36h, reduzindo o emprego de quantitativo de pessoal, sendo plenamente exequível tal proposta”, destaca o documento.

Ao Correio do Estado, o presidente do Sindicato, Hudson Bonfim, disse que apesar da disposição da Prefeitura Municipal, a figura do Guarda dentro de uma escola “não vai mudar nada”. “É uma falsa sensação de segurança, porque ele (guarda) sozinho não inibe nada. Temos algumas restrições sobre guardas armados em escolas, temos até um risco à integridade física do profissional”, disse.

De acordo com o sindicalista, mesmo presente no espaço escolar, o guarda civil em nada poderia contribuir em caso de brigas ou coisas semelhantes. “ Se sai uma briga generalizada, o que o guarda está fazendo lá sozinho? Enquanto operador de segurança pública isso não é segurança pública. Se formos partir da premissa de colocar um servidor lá, pagasse o plantão ao guarda, porque não adianta você estar em uma escola e a briga acontecer na esquina”, salientou.

O profissional destacou o modo como gostaria que as coisas corressem. “Temos que chamar os servidores, intensificar a patrulha escolar, e se porventura forem colocar servidores na escola, que seja feito um plantão extra, porque aí o guarda atuaria na sua folga não desfalcaria o efetivo da rua.”

Fonte:  Correio do Estado