Vigésimo quinto colocado entre 27 avaliados – os 26 estados mais o Distrito Federal. Isso significa ser o terceiro pior posicionado entre todos as unidades federativas do País.
Essa é a atual condição do futebol de Mato Grosso do Sul, que vale repetir para enfatizar: o terceiro pior futebol do Brasil.
Quem acompanha a modalidade localmente sabe que motivos não faltam para que o Estado tenha uma queda tão vertiginosa assim: em 2011, Mato Grosso do Sul ocupava o 19º lugar, à frente, por exemplo, do Mato Grosso, que era 22º – mas hoje é o 12º na lista.
“Esta queda no ranking, na verdade, é apenas uma materialização do que nós já vivemos há anos. São problemas e mais problemas, que passam muito pela gestão mal feita do esporte.”
“Isso cria um desinteresse do público com nosso futebol e com nosso campeonato local, que perdeu totalmente a credibilidade de investidores”, comenta o colunista esportivo do Correio do Estado e apresentador do programa Os Donos da Bola em Mato Grosso do Sul, Júnior Dário.
“O futebol carece de transparência e democracia na gestão da federação. Sem isso, ficamos sem investidores sérios para fazer o negócio futebol realmente acontecer”, completa.
Procurado pela reportagem, o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário, não atendeu às ligações feitas pela reportagem para comentar a situação, tratada por muitos como vergonhosa.
Já entre os clubes, em Campo Grande os dirigentes dois mais tradicionais – Operário e Comercial – evitam críticas diretas à entidade regente máxima da modalidade, mas apontam questões como escassez de recursos financeiros e até de jogadores como causas.
“Futebol é dinheiro. Venho repetindo isso faz muito tempo. E hoje no nosso futebol falta dinheiro, mas também falta material humano. Os jogadores eram mais comprometidos.”
“Você colocava um menino da base para treinar no profissional, era uma alegria. Hoje não tem mais isso. Os que são mais comprometidos e melhores, acabam indo embora cedo até para fora do País”, opina o presidente colorado Claudio Barbosa, que aposta nas categorias de base como solução.
Já do outro lado, o mandatário operariano Estevão Petrallás vê na mudança do calendário um caminho para fugir do “mais do mesmo”.
“Tudo passa por uma mudança no calendário. Se nosso Estadual começasse em fevereiro e se estendesse pelo segundo semestre, não teríamos a concorrência de outras grandes federações e formariamos equipes mais fortes.”
“Além disso, emendariamos a competição na Série B e no Sub 20, facilitando a formação de times. Hoje você tem que arriscar formar uma equipe cara para jogar competições nacionais e ser rapidamente eliminado e ficar só com a dívida, por causa do calendário.”
“Por isso, nesses últimos anos, com a pandemia, quem entrou foi para cumprir tabela”, frisa.
As seguidas quedas fez com que apenas uma vaga direta seja destinada ao Estado na Série D do Brasileiro e na Copa do Brasil, atrapalhando os planos de retomada.
Fonte: Correio do Estado