O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, já foi perseguido duas vezes por uma moto Titan preta e recebeu ligações misteriosas originadas de Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense localizada na fronteira seca com o Paraguai conhecida pelo histórico de crimes de pistolagem. Com medo de que sua vida possa estar sob risco, ele registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (20).

Tanto o gestor como o motorista dele (que terá o nome preservado) prestaram depoimento e o caso está sob investigação.

Eles contam que no último dia 14 de fevereiro, Salomão estava dando entrevista a um jornal de Campo Grande quando o funcionário percebeu que uma moto havia estacionado do outro lado da rua. Ao terminar o compromisso, os dois entraram no carro e notaram que o veículo também deixou o local.

O motorista de Salomão traçou um caminho diferente do habitual, fazendo conversões desnecessárias para chegar ao destino, mas ainda assim o motoqueiro seguia no encalço deles. O funcionário então fez uma conversão proibida de propósito e a manobra também foi imitada pelo suspeito.

Acelerando o veículo de Salomão, o motorista conseguiu despistar a moto. Contudo, o episódio se repetiu nesta semana, enquanto o superintendente do Procon participava de um programa em uma emissora de rádio. Enquanto aguardava o chefe, o funcionário notou novamente a presença da Titan preta, que também os seguiu pelas ruas da cidade.

Como se não bastasse, Salomão contou à polícia que está recebendo ligações anônimas. Ele atende, mas ninguém fala nada. Com um aplicativo, conseguiu identificar a origem das chamadas: Ponta Porã.

Ladrão arrancou forro de PVC para subir no parapeito do primeiro andar do Procon – Bruno Henrique/Correio do Estado

 

SEDE DO ÓRGÃO

O Procon foi alvo de furto na madrugada de quarta para quinta-feira. Apenas o computador que continha os dados da pesquisa de preços feita em todos os postos de combustível de Mato Grosso do Sul foi levado.

Salomão não acredita que os dois fatos estejam relacionados, mas afirma que o furto tenha sido cometido por usuário de droga interessado em objetos para obter dinheiro para manter o vício diante das características do suspeito. Além do computador, objetos de funcionários também foram levados.

O guarda patrimonial Wilson Canhete, 56 anos, estava de plantão no momento do ocorrido. Ele escutou barulho e foi até o andar invadido, mas não encontrou o bandido. “Decidi ir para a rua e ao sair, vi o ladrão fugindo”, afirma.

A pessoa usava bermuda e chinelos. O Procon não tem câmeras de segurança. A polícia vai atrás de circuitos de monitoramento de estabelecimentos comerciais vizinhos.

O criminoso quebrou forro de PVC do toldo do órgão público para conseguir acessar o parapeito do primeiro andar. Primeiro ele tentou forçar a janela que dá acesso à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo (Decon), mas não conseguiu.

Ele conseguiu entrar no prédio pelo vidro do cartório. Ali ele revirou gavetas, mas não encontrou nada de valor que fosse fácil de carregar, já que todos os computadores são de mesa. A repartição, porém, tem uma janela de vidro que a separa da sala onde fica a equipe de pesquisa de preços. O bandido quebrou o vidro e passou para o segundo recinto, onde encontrou o notebook.

Peritos estiveram no local e coletaram impressões digitais. O caso foi registrado na própria Decon e será encaminhado para outra unidade policial para ser investigado.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO