Ainda no final da tarde desta quinta-feira (23), o governador Eduardo Riedel encontrou com autoridades ligadas à agropecuária e segurança pública para tratar as ocupações feitas por sem-terra em Mato Grosso do Sul.
Na Governadoria, Eudardo Riedel recebeu o presidente do Sistema Famasul Marcelo Bertoni; o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) Antonio Carlos Videira.
Além deles, o atual secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica de Riedel, Pedro Arlei Caravina, e a senadora Tereza Cristina também estavam presentes.
Ainda na quarta-feira o Correio do Estado adiantou que, aproximadamente 450 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tratavam entre suas lideranças a possibilidade de ocupar a região do Assentamento Itamarati.
“Como governador é preciso ouvir todos os atores envolvidos, e fazer com que o Estado cumpra seu papel de garantir o cumprimento da lei e evitar conflitos”, disse o Eduardo Riedel após a reunião.
Não só o Itamarati, como a região entre Corguinho e Rochedo, no centro-norte de Mato Grosso do Sul, também constam nos planos de ocupação, segundo o coordenador do MST, Claudinei Barbosa.
Cobranças
Na manhã dessa quarta-feira, em entrevista ao Correio do Estado, deputados estaduais de diferentes bases cobraram um posicionamento do Governo do Estado.
Do PRTB, Rafael Tavares disse que oficiou nominalmente o governador, cobrando “uma resposta mais enérgica”, por parte do Executivo estadual.
Além deste, o parlamentar do PL, João Henrique Catan, foi mais incisivo e não hesitou em chamar os sem-terra de “criminosos”.
“Pela relação do Incra elas [mulheres] são a maioria [dos pedidos de regulamentação], porque os homens não conseguem se regularizar para ter um pedaço de terra para trabalhar. Porque na maioria das vezes são criminosos que estão com mandados de busca e apreensão em aberto, que estão cumprindo pena”, afirmou.
Já parlamentares Zeca do PT e Amarildo Cruz também cobraram ações por parte do poder executivo, apontando, porém características menos agressivas dos sem terra.
Zeca afirma que os sem-terra sabem que “ocupar por ocupar” não vai resolver e, além de considerar a causa justa, chamas as ações deles de “mecanismo de pressão política legítimo”.
Semelhante ao correligionário, Amarildo também frisa que a busca pela democratização ao acesso à terra é justa e que, diferente de como é tratado midiaticamente, os sem-terra buscam “ocupar” e não “invadir”.
“A Terra não pode estar concentrada na mão de poucos em detrimento de muitos, inclusive de gente que depende e tem talento pra viver, principalmente a agricultura familiar, da pequena propriedade, para uma pessoa sozinha plantar de 50 a 70 mil hectares de soja, por exemplo, sem colocar nenhum tipo de alimento na mesa do brasileiro”, finalizou. **(Colaborou Naiara Camargo)
FONTE: CORREIO DO ESTADO