Subiu o número de casos suspeitos por Febre Maculosa Brasileira (FMB) em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), sete casos foram investigados no Estado. Desse total, dois casos foram descartados, sendo de um homem, de 29 anos, de Ribas do Rio Pardo e uma idosa, de 63 anos, de Campo Grande.

Ao Correio do Estado, a SES informou que outros cinco casos seguem sob investigação, sendo um homem, de 61 anos, de Aquidauana; uma mulher, de 48 anos, de Figueirão; um idoso, de 72 anos, de Aparecida do Taboado e um homem, de 61 anos, de Campo Grande.

Conforme notificou a SES, todos os suspeitos estão em tratamento domiciliar, exceto a criança, de um ano, que segue hospitalizada em Campo Grande.

No Estado, desde 2015, foram notificados 119 casos suspeitos de Febre Maculosa e sete casos confirmados, sendo o último registrado em 2018, no município de Campo Grande.

“Apesar de nenhum óbito ter ocorrido nesse período, as condições edafoclimáticas, associadas à presença dos reservatórios e amplificadores da doença no estado reforçam a necessidade de vigilância acerca do risco de transmissão da FMB”, disse em nota.

Ao Correio do Estado, o médico veterinário da Embrapa, Dr. Renato Andreotti, destacou que apesar do baixo índice de contaminação o potencial de novos casos é grande devido a falta de educação ambiental da população.

“Temos poucos casos de febre maculosa, mas o potencial para acontecer mais é grande pois tem vários carrapatos que circulam com o agente. Não existe educação ambiental e um plano de manejo das capivaras, eu não vejo os parques com uma sinalização adequada. Então, enquanto as coisas não forem organizadas o risco é grande”, afirmou Andreotti.

Criança hospitalizada

Na última segunda-feira (19), a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), anunciou a investigação de um caso suspeito de FMB em uma criança, de um ano de idade, na Capital.

De acordo com a Sesau, a suspeita foi notificada pela equipe médica do hospital após o menino apresentar alguns sintomas característicos, como febre, náuseas, vômitos e dores no corpo.

“A Secretaria apura uma notificação de um paciente internado e com histórico de viagem ao interior. Este paciente apresenta sintomas comuns, sendo considerado um caso suspeito devido ao histórico, contudo sem sinais claros que o enquadre como caso provável”, informou em nota.

Conforme apurado, o menino teria viajado para Guia Lopes da Laguna, região sudoeste de Mato Grosso do Sul, onde teve contato apenas com animais domésticos, tanto na área urbana quanto na rural.

Prevenção

A prevenção da Febre Maculosa consiste em não ter ou dificultar o contato com o carrapato. Para evitar a contaminação pela doença a SES/MS recomenda algumas medidas que devem ser adotadas pela população, principalmente em locais onde há chances de haver exposição à carrapatos:

  • Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
  • Use repelentes de insetos;
  • Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
  • Caso encontre um carrapato colado ao corpo, remova-o com uma pinça.
  • Depois de retirado o carrapato do corpo, lave a área com álcool ou água e sabão.
  • Não aperte ou esmague o carrapato, puxe-o com cuidado e firmeza.

Sintomas

Os principais sintomas da Febre Maculosa são:

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia e/ou dor abdominal;
  • Dor muscular constante;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • Gangrena nos dedos e orelhas;
  • Paralisia dos membros que inicia nas pernas e chega até os pulmões podendo causar parada respiratória.
  • Aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos.

Diagnóstico

De acordo com a SES, o diagnóstico é difícil principalmente durante os primeiros dias de doença, levando em consideração que os sintomas são semelhantes aos de outras doenças, como a leptospirose, dengue, hepatite viral, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia.

Porém, durante avaliação médica, o paciente deve ser questionado onde mora e se esteve em locais com mata, florestas, trilhas ecológicas, se teve contato com animais silvestres ou não e se pode ter sido picado por um carrapato. Ao mesmo tempo, o profissional de saúde também pode solicitar exames que possam contribuir para um diagnóstico precoce da doença.

Tratamento

O tratamento da Febre Maculosa é essencial para evitar que a doença chegue a formas mais graves e até mesmo a ocorrência de eventual óbito. O tratamento é feito com antibiótico específico e, em determinados casos, pode ser necessária a internação do paciente.

Assim, a partir da suspeita clínica da doença o tratamento ocorre com antibióticos que deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial. Portanto, tão logo surjam os primeiros sintomas, a SES/MS orienta que a população procure uma unidade de saúde em seu município.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO