O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed), emitiu uma nota nesta quinta-feira (8), defendendo o lockdown e alertando sobre a sobrecarga da rede de oxigênio do Hospital Regional, referência no tratamento do coronavírus no Estado.
Segundo o sindicato, a rede de oxigênio está sobrecarregada, e ainda conta com o risco de falta de outros medicamentos tanto neste quanto em outros hospitais do Estado.
“Em meio ao cenário crítico vivenciado nos hospitais do Estado, por conta da pandemia do novo coronavírus, mais uma questão preocupa os profissionais que atuam na linha de frente do atendimento aos pacientes. Diante disso, o Sinmed defende a adoção do lockdown, como tentativa de conter o avanço do número de casos de Covid-19”, descreve a nota.
O Sindicato chegou a receber um ofício sobre a sobrecarga na rede de oxigênio do Hospital Regional. O documento destaca que além dos leitos comuns, o hospital possui os de “retaguarda provisórios”, nos quais os pacientes aguardam decisão clínica ou leito no pronto-atendimento, são as salas vermelha e azul.
Nos locais, segundo o ofício, há, conforme necessidade, disponibilidade de ventiladores. “Os quais são utilizados, infelizmente, nas ultimas 24h tivemos 08 pacientes intubados na área vermelha –I, 05 intubados na área vermelha-II, e 08 pacientes com máscaras de alto fluxo”, diz o ofício.
“A situação está crítica, já temos casos de vermos pais e filhos perderem suas vidas para a doença em curto espaço de tempo. Chegou hora de adotarmos medidas mais enérgicas, como o lockdown, por ao menos dez dias”, declara o presidente do Sinmed MS, Marcelo Santana.
Outra informação preocupante é que nas alas de enfermaria, os pacientes têm ficado, em sua maioria, com cateteres de oxigênio. “Dos pacientes internados, 178 pacientes com alto fluxo e 55 com cateteres de oxigênio, totalizando 233 pacientes dependentes de oxigênio”.
Aumento da contingência – O Ofício também pontua que a quantidade de oxigênio que “chega ao HRMS, é alocado em nossos tanques, estes conforme os contratos licitatórios estão resguardados e a empresa responsável tem nos garantido este suporte contínuo e reiterado que o mesmo não faltará, salvo contingência maior”, descreve.
“Esta situação nos preocupa muito, tanto enquanto médicos, quanto como cidadãos.
Estamos vivendo um momento extremamente adverso e, mesmo diante dos esforços do Poder Público e dos profissionais da área da saúde, se a sociedade não colaborar – no sentido de se proteger e evitar adoecer – teremos esse quadro muito agravado”, conclui Marcelo.
Fonte: Correio do Estado