O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu que os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional – Câmara e Senado – se reelejam para seus postos na próxima legislatura abriu caminho para a senadora Simone Tebet (MDB-MS) entrar na disputa pelo cargo.

O MDB tem a maior bancada da Casa e vai querer se cacifar para retomar o posto, atualmente ocupado por Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Alcolumbre chegou à presidência do Senado justamente por um racha no MDB em 2019, quando boa parte da bancada resolveu não votar em seu correligionário Renan Calheiros (AL).

Na época, Simone Tebet lançou-se candidata, mas retirou a candidatura em uma sessão conturbada, após um acordo para levar Alcolumbre ao comando da Casa. Daquele episódio, Tebet saiu presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Agora, embora não admita, a senadora já se coloca como opção para disputar a presidência, em um processo de reaglutinação da bancada emedebista e do movimento independente da Casa chamado de Muda Senado, que conta com senadores do DEM e do PSDB, além do próprio MDB, do qual Simone faz parte.

Fontes do Senado afirmaram ao Correio do Estado que a senadora sul-mato-grossense disputa dentro do partido com outros três nomes a possibilidade de concorrer ao pleito.

Os adversários são: o líder da sigla, Eduardo Braga (AM), o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE).

O trunfo de Tebet na disputa é a sua independência – ela tem feito críticas a Bolsonaro, mas tem apoiado algumas pautas econômicas. A senadora exerce uma das funções mais importantes da Casa Legislativa, que é a de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Procurada pela reportagem, a senadora afirmou que, por enquanto, prefere não falar sobre o assunto. No entanto, Tabet revelou ao Correio do Estado que na segunda-feira (14) toda a bancada de emedebistas do Senado se reunirá para decidir qual nome será lançado para a disputa.

“O que eu posso falar é que a nossa sigla não abre mão da disputa. Iremos lançar um nome forte, pois temos a maior bancada da Casa e a possibilidade de vitória é viável”, avaliou.

Veto à reeleição

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no domingo (6), por maioria e em plenário virtual, que os atuais presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, não podem se candidatar à reeleição para os postos em 2021.

O voto decisivo foi dado pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux. Antes, o plenário já havia formado maioria para barrar uma nova candidatura de Rodrigo Maia, eleito presidente por dois mandatos consecutivos.

A situação de Alcolumbre seguia pendente. O julgamento da ação protocolada pelo PTB começou na sexta-feira (4) e se estenderá até o fim da próxima semana.

Os 11 votos já foram registrados, mas até que o resultado seja proclamado os ministros ainda podem mudar de posicionamento.

Fonte: Correio do Estado