O Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul atingiu R$ 142,2 bilhões em 2021, com crescimento de 0,8% em volume em comparação com o ano anterior. O montante representa 1,6% da economia nacional e ocupa a 15ª posição no ranking das Unidades Federativas. Já o PIB per capita sul-mato-grossense ficou em R$ 50.086,07, classificando-se como o sétimo mais alto entre as Unidades da Federação. Os dados constam do Relatório do PIB 2021 divulgado hoje (17) pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) com base no levantamento do IBGE.
O setor de Serviços liderou o desempenho positivo no ano, com um salto significativo de 7,64% em volume. O destaque ficou com as atividades de Serviços, com maior variação nos setores de Informação e comunicação (17,9%) de Transporte, armazenagem e correio (17%), Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (14,8%), Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços (13,7%) e Atividades como Alojamento e Alimentação (13,1%).
A Indústria do Estado teve um acréscimo em volume de 0,96%, com ampliação das indústrias extrativas de 23,1%, também de 9,7% em construção e de 0,8% nas Indústrias de Transformação. No entanto, foi observada retração nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-5,9%).
A quebra de safra acabou afetando a soma das riquezas no setor agropecuário, que recuou 17,31% na receita em 2021, sendo mais significativo na atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita com retração de 21,9%. Na safra 2021/2022, Mato Grosso do Sul teve o menor volume colhido de soja dos últimos 5 anos, com produção de 8,6 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 34,6% na comparação com a safra anterior, que alcançou produção de 13,3 milhões de toneladas.
Para se ter uma ideia do efeito negativo da seca sobre a soja, no ciclo 2021-2022 as lavouras tiveram uma produtividade média de 42 sacas por hectare.
O milho teve consequências negativas também na produtividade somando pouco mais de 6,285 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 40,8% da previsão feita inicialmente no ano em questão.
O decréscimo também foi detectado nas atividades de Pecuária (-6%) e Produção florestal, pesca e aquicultura (-4,5%). Um dos motivos seria o clima adverso e as diversas intempéries climáticas no outono e o inverno de 2021 que afetou as diversas atividades agropecuárias do Estado nesse período.
O estudo de Contas Regionais ainda mostra que o MS evoluiu também em participação das riquezas do Brasil. O Estado passou de um percentual de 1,22% em 2010 para 1,58% em 2021 no Produto Interno Bruto Nacional, classificando-se como a 15ª economia no ranking brasileiro e detentor de 7º maior PIB per capita entre as Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal.
Perdas na agropecuária
Segundo avaliação do titular da Semadesc, Jaime Verruck o Estado teve perda de riquezas por conta de um ano ruim na agropecuária uma das bases da economia, mas teve crescimento moderado nas demais atividades.
“O ano representou uma recuperação econômica após os desafios enfrentados pela pandemia de COVID-19 em 2020, com impactos positivos nos setores de Serviços e Indústria, impulsionando o PIB estadual, apesar da queda expressiva na Agropecuária. Para o futuro, a estimativa é otimista para a economia do Estado, alicerçada por investimentos substanciais previstos, que superam R$ 78 bilhões e a colaboração de diversos setores no crescimento econômico”, salientou o titular da pasta.
Centro Oeste foi o mais afetado em 2021 por conta de quebras na safra
A Região Centro Oeste teve PIB de R$ 932,1 bilhões para o ano de 2021, sendo que a economia de Mato Grosso do Sul contribuiu com 15,26%, contra 13,32% em 2010 na composição da riqueza regional. O cenário do MS também se assemelha a situação dos demais estados da região como o Mato Grosso onde o PIB avançou apenas 0,1% e Goiás 2,5% em 2021, também impactados pela diminuição na produção agropecuária.
FONTE: Rosana Siqueira, da Semadesc