Estudo exclusivo feito pela DSM, a pedido do Correio do Estado, mostra que a viabilidade do confinamento em Mato Grosso do Sul pode estar voltando a atrair o interesse do produtor. Apesar de os números mostrarem rentabilidade interessante, o investimento continua alto.
Segundo o Censo realizado pela empresa, Mato Grosso do Sul teve 798 mil cabeças de gado de corte confinadas em 2021, aumento de 6% na comparação com 2020, quando reportou 753 mil cabeças de gado.
Para este ano, a expectativa é de que o Estado confine 7% a mais, informa a consultoria, cerca 850 mil cabeças.
Gerente nacional de Confinamento da DSM, Hugo Cunha diz que, por se tratar de um ciclo curto, o confinamento deve ser planejado com cautela. “Cada vez mais temos uma atividade voltada a profissionais, de alto investimento e alto risco”, define.
Em quatro meses de engorda, o produtor pode colocar resultados de quase um ano de engorda a pasto. “Voltamos a um rendimento próximo de 1,3% ao mês na boiada confinada. Ao fim do período, o produtor pode ter rentabilidade de até 5,3%”, projeta.
Este é o índice mais próximo do que era obtido há um ano. Em maio de 2021, a projeção era de 6,9% .
De acordo com os técnicos, o produtor que confinar a boiada pode levar até R$ 318 de lucro por cabeça de boi gordo ao fim de 105 dias se travar o preço no mercado futuro.
A projeção leva em conta a média de 1,7 kg de peso ganho no dia, custo diário de alimentação mais operação em torno de R$ 20 e custo de arroba produzida no confinamento de R$ 282, com resultado de 7,19 arrobas colocadas no período.
Para a conta fechar, a consultoria utilizou como rendimento de carcaça um fator de 54,7%. CEO da Consultoria Agrifatto, especializada no mercado bovino, Lygia Pimentel revela que as margens subiram em razão da queda do preço do boi magro no mercado físico. Em média, atualmente, a cabeça do nelore em MS é negociada a R$ 3.883.
Cunha analisa que o mercado do gado de corte no Estado está sendo penalizado também no preço pago na arroba do boi gordo. Segundo indicadores da Scot Consultoria, o mercado físico em Campo Grande paga R$ 297,50 por arroba, enquanto o indicador do futuro da B3 está sendo negociado a R$ 327,95 na arroba entregue para o abate em julho.
Contudo, o lucro pode vir a ser maior conforme as decisões do pecuarista.
“Tudo depende se o produtor escolheu travar o preço no mercado futuro quando ele entrou com o animal no confinamento, se ele esperou a engorda para vender no mercado físico, ele está tendo dificuldade atualmente”.
“Vemos que a rentabilidade futura para quem entrar agora com o animal está próxima do que era comercializado antes do fechamento do mercado chinês para a carne brasileira”, comenta.
FONTE: CORREIO DO ESTADO