No plenário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o advogado de Jamil Name, do filho, Jamil Name Filho, e mais dois policiais envolvidos na milícia que atuou em Campo Grande, Renê Siufi, comparou o setor de inteligência da Polícia Civil aos serviços de nazistas e soviéticos.
Ao defender a pedido de HC, Siufi disse que procurou explicações para a acusação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Garras) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas que ouviu do serviço de investigação que as informações são sigilosos. “Isso é serviço da Gestapo [polícia secreta da Alemanha nazista], serviço da KGB [organização de serviços secretos da ex-União Soviética]”, disse ele.
Em seu discurso de sustentação, o advogado também alegou problemas de saúde de Name, que tem “histórico de doenças” e idade avançada – 80 anos. “Primeira questão é a idade do paciente. E não há uma prova concreta que ele tenha participação nisso [milícia] […] essa prisão dele é uma antecipação de pena, ainda mais ‘num’ Presídio Federal, com uma história mirabolante, inventado pela polícia, que eles saiam pra mandar matar; isso é um castigo, uma piada de mau gosto” disse ele à imprensa, após a negativa do pedido de HC.
“Não há necessidade disso, você tem uma acusação de que há um complô para assassinar um delegado, quando isso aí é do serviço de inteligência da polícia e ninguém sabe qual é o serviço de inteligência de polícia. Isso é um negócio absurdo; tempo de ditadura”, reclamou também.
Após a decisão de hoje ser publicada, o advogado entrará com um segundo pedido. “Vou subir com Habeas Corpus para o Superior Tribunal de Justiça; é o caminho que nós temos e vamos batalhar até o final. Eu acho que nós vamos conseguir, temos argumentos fortes e acho que o STJ vai analisar com cuidado isso aí”, afirmou.
Os pedidos de conversão da prisão de Jamil Name em domiciliar e o Habeas Corpus dele, do filho, e dos policiais civis Vladenilson Olmedo e Márcio Cavalvanti, foram julgados pelos desembargadores José Ale Ahmad Netto e Luiz Gonzaga Mendes Marques e pelo juiz Waldir Marques. O procurador Sérgio Harfouche foi o representante do Ministério Público.
FONTE: CORREIO DO ESTADO