Bons ventos devem soprar para os lados das plantações brasileiras de grãos. Previsão feita pelo ex-presidente da John Deere Brasil Paulo Hermann aponta que, até 2030, a referida produção deve bater a marca de 400 milhões de toneladas, representando, em comparação com o atual cenário, alta de 48,15%.
Dessa forma, haverá acréscimo de 130 milhões de toneladas nos próximos oito anos. As informações foram compartilhadas durante painel do Encontro Tecnológico do Agronegócio do Mato Grosso do Sul, Interagro 2022.
Ainda conforme Hermann, o feito se deve ao bom trabalho do produtor brasileiro, que tem tirado resultado positivo na equação formada por tecnologia e ciência. Nos últimos 50 anos, a produtividade aumentou e 200 milhões de hectares da natureza foram poupados.
“Para a próxima safra, já tem analistas falando em 315 milhões, ou seja, essas 400 milhões de toneladas em 2030 não são um sonho e podem até ser atingidas antes. E o mais importante é que nós vamos precisar só de mais 30 milhões de hectares, não vamos precisar cortar uma árvore sequer.
“Mais uma vez vamos dar uma demonstração da nossa responsabilidade socioambiental para o mundo”.
Tudo isso, segundo ele, sem qualquer prejuízo ao meio ambiente, tendo em vista que a área utilizada será reaproveitada da pecuária, recuperando pastagens degradadas para a agricultura, além de beneficiar os próprios pecuaristas, aumentando em cerca de 38% o índice Unidade Animal por Hectare (UA/ha) nos próximos nove anos.
“O crescimento virá da pecuária, vamos pegar áreas de pastagens degradadas, áreas de baixa sustentação animal, o que não prejudicará a pecuária, ao contrário”, explicou.
Com o melhoramento e a renovação das pastagens, até 2031 temos condições de aumentar a UA/ha, que hoje é de 1,4, para 2,4. Ou seja, aumentamos a produtividade da agricultura e ainda teremos 80 milhões de cabeças de gado a mais”, finalizou.
Na ocasião, aproveitando a presença da ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina, questionamentos acerca das altas nos custos de produção, em especial dos fertilizantes, foram feitos.
“Hoje nós temos o setor de bioinsumos, os biofertilizantes, os remineralizadores, nanotecnologia e uma série de novas tecnologias que já haviam sido estudadas e que agora vão andar mais rápido. Agora é analisar os melhores preços, o que é mais competitivo, e vamos ter um menu de alternativas para nossa agricultura”, concluiu a parlamentar.
FONTE: CORREIO DO ESTADO