Após revelar os mandantes e as circunstâncias do atentado que resultou na morte da vereadora Marielle Franco, a defesa de Ronnie Lessa, que está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), abandonou o caso.

Lessa está preso desde 2019, sob acusação de ser um dos executores do crime. A informação foi apurada e divulgada pelo jornalista da TV Globo, César Tralli.

Conforme o depoimento de Lessa, os mandantes do crime integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro, com interesses em diversos setores. Durante a delação premiada, o ex-PM informou detalhes e as motivações que o levaram a assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Em nota, os advogados Fernando Santana e Bruno Castro, alegaram que “por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores”. Ambos representavam Lessa em 12 processos.

“Desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado. Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa”, afirma a nota.

Delação Premiada: Ronnie Lessa entrega mandantes e revela circunstâncias do crime 

Ontem (19), O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que a delação premiada de  Ronnie Lessa no caso Marielle Franco foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme informações do Portal G1, quando o investigado faz uma delação, o réu se compromete com a justiça e com o Ministério Público a falar sobre as motivações do crime em troca de redução de pena.

Lessa se encontra preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), sob acusação de ser um dos executores do assasinato de Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes

Morte da vereadora Marielle Franco 

Vereadora pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marielle foi assassinada a tiros há 6 anos, junto com o seu motorista, Anderson Gomes.

Desde da época do crime, a Polícia Civil estava à frente das investigações. Segundo Lewandowski, após a homologação da delação, a conclusão do caso será “breve” divulgada.

“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, afirmou o ministro da Justiça.

Conforme apuração do jornalista  César Tralli, da TV Globo e da Globo News, Lessa revelou o nome da pessoa que o contratou para o crime.

Investigações no STF

Para acelerar as investigações, o caso Marielle Franco e Anderson Gomes passaram a ser de responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).

Isso porque, ao longo das investigações, uma pessoa com foro privilegiado no STF foi citada.

Esta condição se encontram autoridades: presidente da República, vice-presidente da República, ministros de Estado, ministros de tribunais superiores, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e embaixadores.

Quem é Ronnie Lessa

Lessa era policial militar do Rio de Janeiro e foi expulso da corporação em razão das investigações do caso Marielle Franco.

Preso em março de 2019, Ronnie Lessa é acusado de ser o executor do crime. Segundo Lessa, Élcio de Queiroz é apontado como autor dos disparos.

Em 2021, Ronnie foi condenado a 4 anos de prisão pela ocultação das armas usadas no crime. A pena foi aumentada logo após para 5 anos. Segundo o  Ministério Público, Lessa jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.

Lessa, antes de ser policial, passou pelo exército. Ronnie passou a ser reconhecido no mundo no crime, em 1992, após ser policial militar como  adido na Polícia Civil do Rio.

Nessa condição, Lessa ficou conhecido nas ruas e se destacou pela  agilidade e pela coragem na resolução dos casos.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO