O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita ao Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba, São Paulo, afirmou que a energia verde produzida no país será priorizada para o mercado interno, visando a geração de emprego, renda e riqueza para a população.

Lula ainda reiterou a liderança do Brasil em políticas voltadas para combustíveis renováveis e energia limpa, destacando que o país não ficará apenas exportando hidrogênio verde.

“É preciso que o mundo compreenda que esse país não é um país pequeno. É um país grande, com boa base intelectual e pesquisadores com capacidade extraordinária de fazer qualquer coisa que outros países fazem. Mas eles têm de entender que a gente não vai ficar produzindo hidrogênio verde só para exportar para eles”, ressaltou o presidente.

Lula convidou os países interessados a utilizar energia verde no Brasil, trazendo empregos e desenvolvimento para o país. Ele também incentivou a produção de máquinas no Brasil, afirmando que não adianta tentar produzir aço verde em outros países quando o potencial está aqui.

As declarações foram feitas durante a visita à nova planta de produção de etanol de segunda geração do Parque de Bioenergia Bonfim, operada pela empresa Raízen e considerada a maior do mundo, com investimentos de R$ 1,2 bilhão e capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. A unidade emprega mais de 2,5 mil funcionários, sendo 230 na nova unidade.

O etanol de segunda geração utiliza o bagaço da produção de açúcar e etanol comum, associado a outros resíduos, como palha, aumentando a produção em até 50% sem expandir a área plantada e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em até 30%.

Segundo o Palácio do Planalto, cerca de 70% dos equipamentos para o processo são produzidos no Brasil, resultando em uma pegada de carbono 80% menor que a gasolina comum.

“O mundo vai ter de entender que o Brasil é o país que mais pode ofertar [energia verde] e que, em termos de política de combustível renovável e de energia limpa, ninguém consegue competir com o Brasil”, disse Lula. Ele também questionou por que o país não está aproveitando seu potencial para oferecer esse tipo de energia ao mundo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também expressou otimismo, destacando que o Brasil lidera a transição energética global, com 88% de sua energia proveniente de fontes limpas e renováveis, além de possuir 11% de toda a água doce do planeta, clima tropical e terra fértil.

“A grande força do Brasil é sua pluralidade energética. Temos de combater a desigualdade com essa pluralidade. É fundamental transformarmos isso em emprego e renda de qualidade, em combate a desigualdade e em oportunidades. Vamos fazer isso industrializando o Brasil”, enfatizou Silveira.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO