Convênio realizado entre Fundect e a Agraer, conforme publicado em Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul no início da semana, com R$ 1,1 milhão disponibilizados, garante de forma inédita o financiamento de 11 projetos da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) voltados ao desenvolvimento e inovação da agricultura familiar.

Com recurso advindo da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS (Fundect), serão desenvolvidos projetos no centro de pesquisa da Agraer, em Campo Grande; em Dourados e na unidade de pesquisa da Itamarati, em Ponta Porã. “Importante destacar que esse é um termo de parceria, edital fechado. É um convênio realizado entre Fundect e a Agraer onde a Fundação repassará os respectivos recursos, cujos projetos e pesquisadores já estão devidamente selecionados”, aponta a Dra. Ana Cristina Araújo Ajalla, Gerente de Pesquisa do Centro de Pesquisas da Agraer (Cepaer).

Esses projetos serão desenvolvidos nas áreas de agricultura de baixo carbono e bioeconomia e biotecnologia, com foco sempre na agricultura familiar, através de estudos para desenvolvimento da: produção de leite; integração lavoura/pecuária/floresta; espécies nativas; fruticultura; controle alternativo/biológico de pragas e doenças; recuperação de pastagens degradadas e ainda agroecologia.

Com isso, os onze projetos contemplados e seus respectivos pesquisadores são:

Crescimento, desenvolvimento, produtividade e qualidade de frutos de Pitayas como cultura alternativa aos produtores de Mato Grosso do Sul. Aline Mohamud Abrão Cezar
Desenvolvimento do cultivo da guavira (Campomanesia sp): propagação vegetativa e integração com pecuária. Ana Cristina Araújo Ajalla
Avaliação de estratégias tecnológicas no desenvolvimento inicial de mudas micropropagadas de banana no estado do MS. Benedita Maria Rodrigues Otubo
Avaliação da semeadura direta e plantio de mudas de espécies florestais nativas com potencial de uso em sistemas Silvipastoris. Camila Pellizzoni Balthazar
Sistema Silvipastorial como estratégia de baixo carbono: indicadores de sustentabilidade, produtividade e índices de conforto térmico animal Edimilson Volpe
Ocorrência da seca dos ponteiros da goiabeira (Erwinia psidii) em Mato Grosso do Sul e o seu controle alternativo in vitro e in vivo. Héber Ferreira dos Reis
Controle Biológico de pragas da goiabeira em área de agricultores familiares na região da Grande Dourados (MS). Isaias de Oliveira
Sobrevivência, crescimento e desenvolvimento de mudas de erva mate (Ilex paraguariensis) sob diferentes épocas de plantio e tipos de mudas. Rogério Guerino Franchini
Efeito de diferentes doses de Fosfato Natural Reativo de Bonito (FNRB) e Potássio Natural (KMC – Rocha Nefelina Sienito) em pasto de Brachiária Brizantha cv. Piatã. Sandro Cardoso
Avaliação das dinâmicas de fertilidade e de teor de matéria orgânica de solos em Sistemas Agroflorestais Biodiversos Tércio Jacques Fehlauer
Boas práticas agropecuárias e qualidade do leite de propriedades de leite que utilizam resfriadores comunitários na região central de Mato Grosso do Sul Vitor Corrêa de Oliveira

Conforme a gerente de pesquisa do Cepaer, diferente das grandes produções (como soja, milho e cana), onde já existe o desenvolvimento de tecnologias de ponta, além do constante movimento para produção de novas, com vários setores da sociedade para trabalhar com essas pesquisas, a agricultura familiar encontra-se do lado oposto da balança.

“O principal desafio é justamente ser uma pesquisa que venha atender às condições sociais, econômicas e culturais dos agricultores familiares, indígenas e quilombolas. Quando a gente se volta para o pequeno produtor, o agricultor familiar, ou essas comunidades tradicionais, essas pesquisas elas ainda necessitam de ser desenvolvidas e realmente voltadas àquela condição, aquele ambiente e realidade”, explica Dra. Ana Ajalla.

Conforme a gerente de pesquisa do Cepaer, diferente das grandes produções (como soja, milho e cana), onde já existe o desenvolvimento de tecnologias de ponta, além do constante movimento para produção de novas, com vários setores da sociedade para trabalhar com essas pesquisas, a agricultura familiar encontra-se do lado oposto da balança.

“O principal desafio é justamente ser uma pesquisa que venha atender às condições sociais, econômicas e culturais dos agricultores familiares, indígenas e quilombolas. Quando a gente se volta para o pequeno produtor, o agricultor familiar, ou essas comunidades tradicionais, essas pesquisas elas ainda necessitam de ser desenvolvidas e realmente voltadas àquela condição, aquele ambiente e realidade”, explica Dra. Ana Ajalla.

Márcio de Araújo Pereira é diretor-presidente da Fundect e ressalta que esse convênio vai fortalecer ainda mais essa importante cadeia produtiva. “Com as pesquisas selecionadas e financiadas, será possível a execução do Programa de Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis para a Agricultura Familiar. É mais um passo importante para o fortalecimento de nossa produção e do desenvolvimento sustentável do Estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou o diretor-presidente da Fundect”, pontuou ele.

pesquisa na sociedade

Ana Ajalla destaca ainda que, por mais que os trabalhos sigam dois focos importantes, a sustentabilidade e agricultura de baixo carbono, termos cada vez mais em discussão, assim como toda a sociedade a agricultura familiar ainda é resistente à mudança.

“Por isso temos que fazer um trabalho sempre conjunto, pesquisa, com o que a gente chama ‘tecnologia e assistência técnica’. Nesse sentido a Agraer tem um papel extremamente importante, justamente porque trabalha com esses dois setores, pesquisa e assistência técnica, o que vai ajudar com que a gente possa levar e apresentar aos técnicos a tecnologia e, com eles, já estaríamos trabalhando também com os produtores”, diz.

Conforme a Dra., o setor de pesquisas ainda foi duramente afetado pela pandemia, com dois anos parados, ainda assim ela classifica o atual cenário como “espetacular”.

“Em função primeiro de que nós estamos conseguindo um recurso inédito dentro de Mato Grosso do Sul, com esse recurso para pesquisa na agricultura familiar, que realmente é um avanço para o Estado nessa área. E a pandemia, apesar de tudo o que a gente passou, uma coisa ela nos trouxe: a importância da ciência para o desenvolvimento da sociedade”, expõe.

Como bem aponta Ana Ajalla, essa valorização da pesquisa e da tecnologia por parte da sociedade é importante até mesmo para ampliar os horizontes, assim como as condições de financiamento.

“Com esses recursos, possibilidades é que vamos conseguir produzir vários eventos, alguns resultados de pesquisa, daquelas que já estavam em andamento e haverá um término, algumas publicações que estavam paralisadas em função de uma falta de finalização”, comenta ela. Ainda assim, vale a pena ressaltar que pesquisa é sempre um trabalho a longo prazo.

 

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO