Em pronunciamento ao lado de representantes de secretários estaduais e municipais de Saúde, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (25) que o país vive “uma nova etapa da pandemia” de Covid-19, com aumento na contaminação que pode “surpreender gestores”.

Nesta quinta (25), completou-se um ano do diagnóstico do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, um dia antes o país bateu a marca de 250 mil mortes pela doença.

Para Pazuello, esse aumento está ligado às novas variantes do coronavírus. “Hoje o vírus mutado nos dá três vezes mais contaminação e a velocidade com que isso acontece em pontos focais pode surpreender o gestor em termos de estrutura de apoio”, disse. “Vimos locais que no ano passado não estavam impactados nessa época do ano e estão impactados agora”, afirma.

Já para os representantes de secretários estaduais e municipais de Saúde, a medida também está ligada a uma queda na adesão da população a medidas como distanciamento.

“Precisamos ligar o alerta, porque vamos viver semanas muito difíceis, talvez as mais difíceis enfrentradas na pandemia”, afirmou Carlos Lula, presidente do Conass (conselho que representa secretários estaduais de Saúde). Para ele, o mês de março poderá ser o mais difícil já enfrentado devido ao alto número de estados com leitos ocupados.

“Nunca tivemos tantos estados com tanta dificuldade ao mesmo tempo, seja por novas cepas ou pelo cansaço da população”, afirmou Lula, citando que 15 estados já têm taxas de ocupação dos leitos acima de 90%.

Ainda no encontro, Pazuello citou três ações prioritárias para enfrentar a pandemia nessa etapa: atendimento imediato de casos em unidades básicas de saúde, aumento de leitos de UTI, inclusive com possibilidade de transferência de pacientes, e vacinação contra a Covid-19.

No entanto, Pazuello não mencionou medidas de prevenção simples, como usar máscara e evitar aglomerações. Coube aos representantes dos estados e municípios ressaltarem as medidas.

“Apenas criar leitos não adianta. Precisamos da ajuda da sociedade. A sociedade tem que entender que não é hora de fazer festa, de estar junto”, disse Lula.

“Orientamos secretários municipais a fortalecer medidas protetivas, conforme o fator epidemiológico local. A sociedade precisa entender que a fase que passamos agora é mais difícil do que no início da pandemia no Brasil. Pedimos que a população não abandone a obediência cega à ciência”, afirmou o presidente do Conasems, Wilames Bezerra.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO