O advogado Bruno Ghizzi, alvo da Operação Courrier, obteve o pedido de relaxamento de prisão preventiva negado pela 6ª Vara Criminal de Competência Residual. A negativa foi aplicada pelo juiz Márcio Alexandre Wust.
Para a defesa de Ghizzi, não há elementos que fundamentam a prisão de Bruno, e sim apenas “conceito vago e indeterminado” aplicado pela justiça.
Parte do núcleo “Sintonia dos Gravatas”, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a defesa de Bruno Ghizzi protocolou hoje (9) outro pedido em 2º grau hoje. De acordo com Wust, a prisão foi decretada para assegurar a aplicação da lei penal, garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal.
Hoje, um pedido de medida liminar foi realizado pela defesa do advogado e decisão é aguardada.
Sintonia dos Gravatas
De acordo com relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MS), Bruno Ghizzi conseguia dados sigilosos por meio de servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e até mesmo de uma funcionária de uma empresa de telefonia.
As informações coletadas por Ghizzi, segundo o Gaeco, beneficiam as ações do PCC.
Assessor jurídico na Defensoria em MS, Ghizzi, segundo relatório, opinava a respeito de valores cobrados pelo escritório do advogado, para prestação de serviços, e inclusive elaborava documentos e procurações.
Segundo o Gaeco, Ghizzi consultava cadastros públicos, como o CADSUS, sistema interno do local onde trabalhava.
De acordo com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, o servidor, que não era concursado, foi desligado do cargo após a Operação Courrier e obteve a exoneração publicada em Diário Oficial dia 30 de março.
Conforme o Gaeco, Bruno também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular através de uma funcionária do setor administrativo, que facilitava o acesso do advogado a números telefônicos e cadastros de pessoas físicas.
Por meio desta funcionária, o filho do defensor público de MS conseguia números de telefone e cadastros de pessoas físicas. É esclarecido que o advogado, com “auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”, pontua o Gaeco.
Operação Courrier
A operação cumpriu ao todo 38 mandados judiciais, e segundo o Gaeco, mira o núcleo Sintonia dos Gravatas, célula em que advogados usam de suas funções para transmitir recados aos integrantes presos do PCC.
Segundo o Gaeco, o grupo articulava atentados à vida a vida de agentes públicos.
Fonte: Correio do Estado