Parte dos deputados e senadores do Estado são favoráveis à redução dos salários de todos os servidores públicos federais, como propõe o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e não apenas do funcionalismo do Congresso Nacional, como propôs o presidente Jair Bolsonaro. Um dos argumentos para ampliar a redução é que a folha do Governo federal é de R$ 170 bilhões, enquanto o legislativo R$ 5 bilhões, o que corresponde a cerca de 3,% do total do poder executivo.

Se a proposta for acatada vai afetar todos os servidores públicos, como policiais federais e da Polícia Rodoviária Federal, militares,  da administração direta, das autarquias e órgãos federais.

O deputado Loester Trutis (PSL) defende a redução, até do salário do presidente da República Jair Bolsonaro. “Eu não só apoio a redução do salário do deputado, como dos três poderes. Acho que o Executivo, o legislativo e  judiciário, nesse momento, teriam de  dar sua contribuição, já que o cidadão comum esta tendo sua renda reduzida, nada mais justo.. O presidente Maia falou nesse sentido, Bolsonaro quer reduzir só dos deputados, Maia foi além: Nos três poderes!! Inclusive dos próprios deputados, de todo o judiciário e dos executivos, Governadores, prefeitos e até do presidente da República.”

Opinião semelhante manifestou o deputado Beto Pereira (PSDB): “Comungo com a opinião do deputado Rodrigo Maia. Se for para reduzir salários, que seja para todos os poderes. Todos precisam contribuir com o país nesse momento de tantas incertezas. Se essa for a única alternativa, sou a favor”.

Para o deputado Dr. Luiz Ovando (PSL) “essa não é a solução, que passa obrigatoriamente pela retomada das atividades de toda a economia  inclusive a volta à escola”, emendando que “concordo que todos paguem se precisar e que também os militares não reclamem pela interrupção das promoções,  que os professores aceitem a suspensão do reajuste porque o fardo dividido por todos é muito mais leve”.

Já o deputado federal Fábio Trad (PSD) disse que apoia a proposta de Rodrigo Maia. “Entendo que é justa, oportuna e conveniente. Desde o início da pandemia, venho defendendo a redução temporária de salários dos servidores dos três poderes, mas apenas em relação aos que percebam acima de R$ 20 mil”.

A senadora Simone Tebet (MDB) enfatizou que é favor da redução dos salários dos deputados e não de todos os servidores, como propõe Maia. “Eu  que já me pronunciei a respeito desta matéria, e não foi de agora, acho que é simbólica a redução, mas necessária. A redução dos salários dos parlamentares seria simbólica porque ela é mínima neste contexto. Agora, o que se está falando é de um corte maior, envolvendo todos os poderes”. Ela explicou que “o custo adicional do auxílio emergencial é de R$ 40 bi por mês, se tirarmos com todos os poderes, dos servidores militares e civis da ativa, e se tirarmos 25% média, pode tirar menos de uns e 50% dos salários dos parlamentares, a economia que se chegaria é de R$ 3 bilhões, isso se pegar o pequenininho. Só que também vai tirar a parte do imposto de renda, vai estar tirando dinheiro do governo federal, vai reduzir recursos para obras e para manter os serviços essenciais. A economia que vai se fazer por mês comparado com o custo de manter o auxílio de R$ 600 por mais dois meses seria de  R$ 2 bilhões para um gasto de R$ 40 bilhões. Para efeito simbólico, sou a favor da redução dos salários dos deputados e senadores, não sou a favor que se reduza o salário do servidor  porque seria dar com uma mão e tirar com a outra. Você tira dinheiro da economia. Deixaríamos o servidor fora deste processo”.

A proposta do Rodrigo Maia foi uma resposta a afirmação do presidente da República, Jair Bolsonaro, que defendeu a redução dos salários apenas no Congresso Nacional. A economia seria para ajudar para bancar a prorrogação do auxílio emergencial nos moldes atuais – incluindo o valor de R$ 600. Bolsonaro afirmou que aceitaria manter os R$ 600 mensais, desde que deputados e senadores reduzissem os próprios salários para ajudar a financiar o programa.

Segundo Rodrigo Maia, esse orçamento só seria coberto se, além do Legislativo, os poderes Executivo e Judiciário também fizessem o sacrifício. “Se todos os poderes topassem cortar um valor, que seja por 6 meses, 10%, ou um percentual maior por menos tempo para garantir os R$ 600, eu tenho certeza que o parlamento vai participar e vai defender. Não tem nenhum problema”, declarou Maia, emendando que “essa proposta, ela partiu da Câmara dos Deputados no início da pandemia. Nós defendemos muito, tenho certeza que o Senado também, a construção de condições para que a gente possa continuar transferindo renda para os brasileiros mais simples e mais vulneráveis”, acrescentou.

FOLHA

Rodrigo Maia afirma que o gasto anual do poder Executivo com pessoal é de R$ 170 bilhões, e do Legislativo, R$ 5 bilhões. Para fazer esse corte geral, ele defende que os servidores da saúde que atuam diretamente no combate à Covid-19 tenham os salários preservados.

Fonte: Correio do Estado