Por causa da intensa onda de calor, com seis municípios registrando 40 graus ou mais nesta sexta-feira, a conta de energia dos sul-mato-grossenses vai disparar em setembro. Dados da Energisa, empresa que abastece 74 dos 79 municípios do Estado, mostram que somente em dois dias deste mês o pico de consumo não foi maior na comparação com os mesmos dias do ano passado. E, na noite desta quinta-feira, o Estado bateu o recorde de consumo do ano.
Com de 1.248 MW (Megawatts), o pico de consumo de energia foi registrado às 21h45 de quinta-feira, por causa do grande número de aparelhos de ar condicionado ligados ao mesmo tempo. Antes disso, o consumo máximo havia ocorrido no dia 29 de março, com 1.214 MW.
A diferença de 34 megawats parece não ser significativa, mas de acordo com a Energisa, o aumento de consumo de março para setembro é o suficiente para abastecer a quarta maior cidade de Mato Grosso do Sul, que é Corumbá.
Ao contrário de anos anteriores, quando o consumo máximo acontecia à tarde, de dois anos para cá ele ocorre no período noturno. E, conforme a concessionária, a explicação está na ampliação de implantação de energia solar.
À noite, necessariamente todos os consumidores retiram sua energia da rede da Energisa, enquanto que no período diúrno, cerca de 114 mil consumires de Mato Grosso do Sul se abastecem com as placas de energia solar. Isso representa mais de 10% dos 1,1 milhão de consumidores dos municípios atendidos pela concessionária no Estado.
Um indicativo de que a conta deste mês virá bem mais alta que nos meses anteriores e do que em setembro do ano passado está nos dados preliminares da Energisa. Nos primeiros 21 dias de setembro do ano passado, somente duas vezes o pico de consumo ultrapassou os mil megawats. Agora, ele ultrapassou essa barreira em 16 dias.
Além disso, a soma dos horários de maior consumo de 2022 é de 19,6 mil megawats. Agora, chegou a 22,4 mil, o que representa alta de quase 15%. E, além desse acréscimo provocado pela alta no consumo, as contas virão com o reajuste anual da tarifa, que foi de 9,3%.
Tradicionalmente as contas nesta época do ano, entre agosto e novembro, já são 41% mais altas que a média dos outros meses, de acordo com a Energisa. Neste ano, porém, por conta do calor, este percentual será ainda maior
“Ainda que o hábito da família não mude, é possível que haja um aumento de consumo, exclusivamente por conta das altas temperaturas. Importante ter em mente que os eletrodomésticos que trabalham com refrigeração, como geladeira e ar-condicionado, estão trabalhando por mais tempo nos dias mais quentes”, coordenador comercial da distribuidora, Jonas Ortiz.
“Adotar atitudes que evitem o desperdício de energia podem fazer toda a diferença no orçamento familiar, especialmente na hora que a conta de luz chegar”, alerta ele.
RECORDISTAS DE CALOR
Nesta sexta-feira, conforme dados do INMET, seis das 19 cidades com maior temperatura do país estavam em Mato Grosso do Sul, e todas com 40 graus ou mais. Porto Murtinho foi a vice-campeã nacional, com 41,5 graus, ficando atrás somente de Cuiabá, onde os termômetros marcaram 41,8.
Logo na sequência, em terceiro no ranking nacional, apareceu Água Clara, com 41,2 graus na tarde de sexta-feira (22). Na lista do calorão ainda apareceram Coxim (40,8), Paranaíba (40,4), Três Lagoas (40,4) e Bataguassu (40).
E além destas seis cidades com 40 graus ou mais (na quinta-feira haviam sido três), em outros cinco locais de medição a temperatura ficou acima de 39 graus em Mato Grosso do sul.
Nos 19 locais de medição informados pelo INMET em Mato Grosso do Sul, Campo Grande foi o mais “frio” nesta sexta-feira, com 37,6 graus, o que é a maior temperatura do ano para a Capital. No dia anterior o pico havia sido 35,9. E a previsão do mesmo instituto é de que a situação piore, chegando a 40 graus nesta segunda-feira na Capital.
Dicas simples para economizar:
• Ar-condicionado: os filtros devem ser lavados no mínimo uma vez por semana; Portas e janelas devem estar sempre fechadas quando o ar estiver ligado; se possível, priorize a posição de 23ºC. Importante considerar também que a potência do equipamento seja bem dimensionada para o ambiente que está instalado, evitando que o equipamento tenha potência inferior ao necessário para não exigir maior esforço, nem perda em eficiência de consumo que o equipamento tem.
• Ventiladores: ideal que permaneçam ligados apenas quando alguém estiver usando. Deixar o ventilador ligado com antecedência para tentar refrescar um ambiente, não funciona, só serve para desperdiçar energia.
• Geladeiras e freezers: manter, preferencialmente, o mais longe possível do fogão, fornos e outras fontes de calor. A borracha de vedação da porta precisa estar em boas condições para o ar frio não escapar. As prateleiras devem ficar sem forros e é necessário evitar o abre e fecha. Avalie se o uso do freezer é realmente necessário neste período.
• Iluminação: quanto mais luz natural, melhor. Lâmpadas fluorescentes ou LED são as mais econômicas.
FONTE: CORREIO DO ESTADO