Na véspera da Sexta-Feira Santa, que celebra a Paixão de Cristo, campo-grandenses enfrentaram longas filas para comprar peixes, que tradicionalmente é consumido na data.
Na peixaria do Mercadão Municipal, o movimento começou às 6h e foi intenso durante toda a manhã.
As filas devem reduzir, mas a expectativa é que a procura seja grande ainda ao longo do dia e na própria sexta-feira (15), quando a peixaria estará aberta para atender a população que deixou a compra para última hora.
Por volta das 10h, a fila ainda estava para fora da peixaria, nas calçadas do Mercadão.
Nilza Ibarrola era uma das clientes que aguardava na fila e conseguiu adquirir filé de tilápia.
Segundo ela, o preço estava “salgado”, mas decidiu comprar para manter a tradição recente adotada pela família, de não consumir carne vermelha na sexta Santa.
“Já faz um tempo que a gente começou a comer peixe na Sexta-Feira Santa, mas antes não era muito tradição na minha família”, disse, acrescentando que é apenas na data que há o consumo do peixe, e não durante toda a quaresma.
A operadora de GED Ana Paula Centurion, também afirmou que o consumo de peixes no período é tradição familiar.
Ela enfrentou a fila para comprar Pacu ou Pintado, preferindo o Pacu por não ter espinhas, mesmo sendo um pouco mais caro.
“Minha família costuma comer peixe sempre nessa data do ano. A procura maior é nessa época mesmo, em outras épocas do ano a procura é menor”, disse.
Ela afirmou que além do peixe, também costuma comprar ovos de Páscoa como tradição da época, mas, neste caso, a preferência é por ovos caseiros.
O mecânico José Alves esperava encontrar melhores preços, mas, mesmo achando mais caros do que o esperado, efetuou a compra.
“Comprei pintado, porque eu vim comprar mais barato, mas não tem, só tem caro, o peixe mais caro na minha opinião são bacalhau, pirarucu”, disse.
“Todo mundo da minha família, nessa época do ano, tem costume de comer peixe e chocolate”, acrescentou.
Preços
Levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul (IPF-MS) e do Sebrae, divulgado no fim de março, apontou que, das pessoas que irão comemorar a Páscoa, somente 14,7% dizem que não irão consumir pescado.
Os peixes preferidos são o pintado (19,1%), o pacu (18,2%) e a tilápia (14,4%).
Com relação aos preços, a variação é de mais de 75% entre um estabelecimento e outro.
A maior diferença é no filé de Merluza 500 gramas, que pode ser encontrado a R$ 15,90 no Carrefour e a R$ 27,98 no Comper, variação de 75,97%.
O quilo do salmão tem a segunda maior variação, de 74,31%, com preço mais barato de R$ 49,90 e o mais caro a R$ 86,98.
O bacalhau, que também é bastante consumido no período, custa entre R$ 64,90 e R$ 109,90, no tipo Saithe 1 kg. A diferença é de 69,46%.
Sardinha inteira limpa 800 gramas é vendida a R$ 12,50 em um estabelecimento e a R$ 20 em outro.
A menor variação, de 1,84%, está no quilo do file de pintado de cativeiro, comercializado a preços de R$ 49 a R$ 49,90.
O levantamento foi feito no período de 4 a 6 de abril, em seis estabelecimentos e 48 produtos.
Em nenhum produto foi encontrada variação acima de 100%.
Conforme o Procon, não foi estabelecida comparação com ano anterior devido à utilização de uma nova metodologia, inclusão tanto de novas regiões e novos estabelecimentos.
A orientação do Procon é que os consumidores pesquisem os preços antes de efetivarem a compra dos produtos.
FONTE: CORREIO DO ESTADO