Dados divulgados pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que 27 pessoas faleceram vítimas de dengue, entre 1º de janeiro e 30 de maio de 2023, em Mato Grosso do Sul.

Números indicam que 24 sul-mato-grossenses morreram vítimas da doença entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022. Portanto, os óbitos por dengue em apenas cinco meses de 2023 superam todos os 12 meses de 2022.

Das 27 mortes neste ano, 17 são do sorotipo Dengue 1. Os óbitos ocorreram nos meses de janeiro (1), fevereiro (4), março (10), abril (8) e maio (4).

As mortes foram registradas nos municípios de Rio Verde de Mato Grosso (1), Aquidauana (2), Paranaíba (1), Três Lagoas (6), Brasilândia (1), Ribas do Rio Pardo (1), Campo Grande (3), Guia Lopes da Laguna (1), Bela Vista (1), Dourados (4), Ivinhema (1), Laguna Carapã (1), Juti (1), Amambaí (1), Naviraí (1) e Mundo Novo (1).

As vítimas têm idades entre 3 e 94 anos. Os anos com maior número de óbitos são 2020 (42), 2023 (27), 2022 (24), 2016 (18), 2015 (15), 2021 (14), 2018 (4), 2014 (4) e 2017 (3).

CASOS

Números do Boletim Epidemiológico apontam que 27.872 pessoas foram diagnosticadas com dengue, entre 1º de janeiro e 30 de maio de 2023, no Estado. Em 2022, foram 21.328 casos.

Com isso, os diagnósticos positivos em 2023 superam os anos de 2022 e 2021 juntos.

Mato Grosso do Sul é o estado do Brasil com maior incidência de dengue. Dos 79 municípios, 72 estão com alta incidência da doença (casos confirmados/população x 100 mil hab).

Os municípios com maior incidência são Brasilândia (12.292,2), Antônio João (11.674,1), Alcinópolis (6.535,0), Ivinhema (6.508,3), Itaporã (6.271,4), entre outros. Mulheres (52,4%) são mais diagnosticadas com a doença do que homens (47,6%).

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que houve redução no número de casos prováveis nas últimas semanas, mas a situação ainda é preocupante.

“Não devemos parar de nos preocupar com a doença que está em circulação. Como é uma área endêmica, devemos nos preocupar com o aumento de casos, pois temos a potencialidade de períodos epidêmicos”, disse.

Questionada pela reportagem qual doença é mais alarmante no momento, Covid-19, Influenza ou dengue, a SES afirmou que todas precisam de cuidados e conscientização da população, tanto para completar o esquema vacinal, quanto para manter os quintais de casa limpos.

“A SES/MS ainda esclarece que o êxito das ações só se concretizará com a conscientização da população, agente fundamental, para a redução de todos os agravos. A SES/MS recomenda que população complete seu esquema vacinal tanta da Covid-19 como da Influenza e mantenha seus quintais limpos e evite a alto medicação em casos de dengue, a hidratação se faz necessária em caso de confirmação da doença”, afirmou, por meio de nota enviada ao Correio do Estado.

Para reduzir e frear a dengue, a secretaria ressaltou que o Ministério da Saúde encaminhou ao Estado inseticida que auxiliará no manejo epidemiológico das arboviroses.

DENGUE

A dengue é uma arbovirose comum no Brasil e é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti.

O período do ano com maior transmissão da doença é o verão: meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. Isto ocorre porque esta época chove muito, e, o acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença.

O mosquito Aedes Aegypti também transmite outras doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A enfermeira Nivea Lorena explicou ao Correio do Estado que os sintomas da dengue são dor de cabeça, dor nos ossos, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, vômito, febre, mal-estar e falta de apetite. Em alguns casos, a doença pode evoluir para casos mais graves ou não.

O tratamento da dengue é sintomático, ou seja, feito para aliviar os sintomas. A hidratação é fundamental durante o tratamento. Os medicamentos recomendados, em caso de dor, são paracetamol ou dipirona.

PREVENÇÃO

Existem formas de prevenir e combater a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Confira:

  • Evitar deixar água parada em vasos de plantas;
  • Manter caixas d’água bem fechadas;
  • Eliminar acúmulo de água sobre a laje;
  • Manter garrafas e latas tampadas;
  • Fazer manutenção em piscinas;
  • Manter pneus ou outros objetos que possam acumular água em locais cobertos;
  • Tampar ralos;
  • Usar repelentes;
  • Fumacê;
  • Método Wolbachia.

 

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO