Entre os dias 25 e 26, o Parque das Nações Indígenas recebe 48 atletas para a disputa da primeira etapa da Copa Brasil de Canoagem em 2022. 34 homens e 14 mulheres disputam índices para as competições internacionais desta temporada.
O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), Rafael Girotto, considera o evento determinante para o balizamento competitivo desta temporada. “É a competição mais importante do ano. Seletiva para atletas em eventos internacionais, disputa de bolsas, vagas olímpicas, em um nível técnico muito alto”, disse o dirigente.
Fernando Rufino, campeão paralímpico na classe VL2, (atletas com alguma deficiência física), compete pela primeira vez no estado. Natural de Eldorado, o sul-mato-grossense, espera alto nível de competição. “A etapa classifica para eventos internacionais, e eu não quero o meu tempo batido pelos colegas”, pontua o canoísta.
Garantido no mundial da categoria em razão da medalha nas paralimpíadas, Rufino disse que quem errar, ficará para trás. “Se os adversários baterem o meu tempo de prova, também atingem o índice para as competições mais importantes da temporada.”
Além do “Cowboy” e dos demais atletas de Mato Grosso do Sul, a Copa Brasil recebe atletas de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro. Distrito Federal. O balizamento dos atletas ocorre por meio das classes que definem o nível de comprometimento físico dos competidores. Os competidores seguem as classes VL1, maior comprometimento físico, e respectivamente VL2/ KL1/ KL2/ VL3 e KL3, com menor comprometimento atlético.
“Remar onde eu comecei, a expectativa de entrar na água, ver meus amigos, adversários. Certamente estarei com os batimentos acelerados e mais emocionado de estar em casa, diz Rufino. O medalhista confirmou que os pais, Roberto Rufino e Rosângela Oliveira acompanham in loco a competição.
Questionado sobre o ouro olímpico “Cowboy” disse ser algo que o motiva e pressiona de forma simultânea “Ao mesmo tempo em que eu tirei um peso das costas com a medalha, a vitória em Tóquio trouxe um ‘peso’ para mim. Sou uma referência para os colegas e a medalha faz com que eu seja monitorado por adversários até Paris 2024, finaliza Cowboy. Para ele, foco e motivação serão determinantes para o próximo ciclo olímpico daqui dois anos.
Bicampeão sul-americano na categoria KL3, evento conquistado em Montevideo em dezembro passado com o tempo de 51 ’91, o campo-grandense Patrick Pisoni também compete em “casa” pela primeira vez na carreira.
Assim como Rufino, Pisoni disse estar motivado para ver amigos e familiares na torcida por seu desempenho na competição. “Trago a experiência do bicampeonato sul-americano para minha terra, tenho que honrar essa medalha e vou para cima. Acredito que a competição será mais forte que o sulamericano, porque o nível dos atletas brasileiros é muito bom, tenho que estar preparado”, finaliza o atleta.
Para ele, a experiência competitiva e do bicampeonato sul-americano é aliada na hora de entrar na água. “A competição aqui é até mais forte que o sul-americano, porque o nível dos atletas brasileiros é ótimo, inclusive superior, tenho que estar preparado”, finaliza Pisoni.
O diretor-presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda disse que ter o evento em Campo Grande neste momento é muito gratificante e transformador. “Além de motivador, é uma forma de reconhecer o trabalho do atleta”, diz o diretor.
Além de Miranda, o presidente da CBCa, Rafael Girotto considera o fato de Rufino ser sul-mato-grossense “determinante” para que Campo Grande contasse com a competição neste período.
“Com certeza o ‘cowboy’ foi um dos fatores em trazer a competição para Mato Grosso do Sul. Saiu daqui, começou aqui, e esse evento é uma forma de reconhecimento, agradecimento por tudo o que ele já contribuiu no esporte”, disse.
Impacto feminino
Finalista em Tóquio, Mari Santilli também competirá no evento. Paranaense e com duas olimpíadas disputadas, Santilli salientou o fato das mulheres possuírem uma “força” menor do que os homens na modalidade. “O nível subiu, temos poucas mulheres na canoagem, e deveríamos ter o mesmo movimento do que o basquete, o futebol”, pontua.
Oitava colocada na decisão da classe KL3 em Tóquio, Santilli elogiou o local de competição, entretanto fez uma ressalva ao parque. “A pista em si, é muito bem montada, o local bonito, mas uma área de aquecimento fará falta, isso é uma defasagem do parque”, finaliza.
FONTE: CORREIO DO ESTADO