O câncer de colo de útero é considerado a terceira categoria de tumor maligno mais frequente em mulheres brasileiras. No ranking da doença quem lidera a lista é o câncer de mama seguido de cólon e reto.

Para alertar a comunidade feminina sobre o tema, a campanha nacional de prevenção e combate ao câncer de colo de útero, Março Lilás, ressalta a importância do diagnóstico precoce e alerta os jovens sobre o uso de preservativos.

De acordo com dados do Instituto de Nacional de Câncer (INCA), em 2020, 16.710 novas mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo útero no país e mais de 1.300 em Mato Grosso do Sul.

Segundo o Órgão, a incidência é três vezes mais alta do que as registradas nos Estados Unidos e na Austrália. O cenário é preocupante, apenas em 2019, 6.596 mulheres foram vítimas da doença no Brasil.

O médico oncologista e diretor Geral do Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão (HCAA), Gustavo Medeiros, ressalta que a neoplasia costuma ser silenciosa durante as fases iniciais.

“Quando o tumor está maior, nos períodos mais avançados, pode haver sangramento disfuncional, fora do ciclo menstrual da mulher; secreções escuras, quase pretas; dores anormais no abdômen; dores durante as relações sexuais e presença, ou não, de problemas urinários”.

Gustavo Medeiros alerta que é preciso cuidado para não confundir o câncer de colo do útero com o câncer de útero.

Conforme o médico, o primeiro se desenvolve, como próprio nome diz, no colo do útero (região externa e inferior), parte que fica em contato direto com a região genital, e também é canal de passagem do bebê. Já o segundo, se origina no órgão, na porção superior do útero.

O câncer de colo de útero não é hereditário. A doença se acontece, principalmente devido à presença do vírus HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano),“ existem várias categorias do vírus, mas as que exigem ainda mais atenção são as cepas 6, 11 16 e 18. Com destaque para a 16 e 18.”, pontua Gustavo.

A neoplasia é causada por alterações da estrutura genética (DNA) das células, que mudam a maneira como se dividem e ocasionam a mutação. Isso acontece porque qualquer erro durante o processo de divisão e vida útil delas, pode surgir uma única célula alterada que passa a se multiplicar de forma cancerosa.

Para prevenir o aparecimento, ou identificar previamente a neoplasia, é necessário que mulheres de 9 a 13 anos e homens de 11 a 14 se vacinem contra a Infecção Sexualmente Transmissível (IST), HPV.E mulheres, já na fase adulta, de 25 a 64 anos, realizem exames anuais de Papanicolau.

“O exame detecta a alteração nas células, ele é uma ferramenta de prevenção. Porque às vezes a mulher não tem sintoma, não tem nada, mas o preventivo vai revelar mudanças na célula cancerígenas presentes no útero. Ele detecta o HPV, responsável por quase todo câncer de colo de útero e lesões.”, frisa o médico.

Outra maneira de evitar o aparecimento da doença é o uso do preservativo, inclusive entre os jovens. Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, apenas 56,6% do grupo entre 15 a 24 anos usavam camisinha durante o ato sexual.

De acordo com o oncologista, o número de diagnósticos da doença ainda não sofreu alterações devido à pandemia de Covid-19. “A gente espera que o número aumente porque muitas mulheres ficaram sem realizar o exame durante a pandemia.”, explica.

Em Campo, campanhas de incentivo à participação feminina da sociedade acontecem anualmente. O assessor da Secretaria de Saúde da capital (SESAU), Michel Faustino, reforça que as iniciativas estão inseridas na rotina dos pontos de atendimento, ou seja, são disponibilizadas sempre. ”Nesse mês, as unidades intensificam as orientações e fazem ações específicas.”

Durante todo o mês de março, algumas unidades de saúde de Campo Grande terão uma programação especial com uma série de ações voltadas às mulheres, como:  oferta de exames preventivos e laboratoriais, ultrassons, agendamento de mamografia, palestras educativas e testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Para realizar os exames é preciso que a paciente esteja munida com os documentos de identificação pessoal (RG, CPF, CNH, CPF).

Agenda especial dia da mulher

Nesta terça-feira (8), dia da mulher, a Unidade de Saúde da Família (USF), convida todas as mulheres para uma palestra sobre autoconhecimento. O evento acontece dia  8 e 9 de março, a partir das 13h, na rua Hanna Abdul, no bairro Jardim Paradiso, em Campo Grande.

MAIS DATAS:

Dia 08/03 – USF Cohab, às 17h30

10, 11 e 13/03 – USF Marabá, das 7h às 10h30

*Outras unidades devem ser inseridas ao longo do mês.

Fonte: Correio do Estado