Na quarta-feira, às 10h58min, começará o inverno, que terminará no dia 23 de setembro. A estação é considerada a mais fria, no entanto, a previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) para este ano é de uma temporada com temperaturas acima da média histórica.
O Cemtec-MS ressalta que haverá quedas na temperatura, porém, entre nos meses de julho, agosto e setembro, as mínimas devem ficar acima do esperado. Segundo dados estatísticos dos últimos 30 anos, as médias esperadas para a maior parte de Mato Grosso do Sul variam entre 20°C e 22°C graus, ou seja, em um dia pode haver mínima de 10°C e máxima de 30°C. A região do Pantanal tem uma variação diferente e deve alternar entre 26°C e 28°C.
Além da indicação de um inverno mais quente, o Cemtec-MS aponta que a estação também deve ser mais chuvosa.
As médias históricas de chuva variam de acordo com as regiões do Estado. Na maior parte de MS, a média para o inverno é de chuvas entre 100 mm e 200 mm; na região sul, a variação é de 200 mm a 300 mm; enquanto na região norte, historicamente, os registros ficam entre 50 mm e 100 mm.
O inverno é um período de estiagem no Estado, mas, neste ano, o Cemtec avalia que as precipitações “ficarão dentro ou ligeiramente acima da média histórica em Mato Grosso do Sul”.
O inverno é uma estação marcada por queda das temperaturas, noites mais longas e dias mais curtos, os menores índices pluviométricos do ano e formações de geadas, nevoeiro e neblina, favorecidos pelas temperaturas baixas e umidade do ar abaixo de 20%.
O meteorologista Natálio Abrahão alertou para dias de temperaturas intensamente baixas entre 15 e 20 de julho em todo o Estado. Já no início de agosto, o estudioso aponta que as temperaturas devem ficar moderadamente baixas no centro, oeste e sudoeste de Mato Grosso do Sul, abrangendo cidades como Corumbá, Bela Vista, Bodoquena, Bonito e Jardim.
Abrahão aponta também que as geadas devem ocorrer principalmente de 12 a 18 de julho, em razão do avanço de massa de ar polar que aponta para queda de temperatura e ventos acima de 40 km/h nas regiões centro, sul, sudoeste e leste do Estado.
EL NIÑO
O Cemtec-MS informa que há 94% de probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño durante os três meses de inverno, ou seja, a tendência geral é de aumento das chuvas e padrões de temperaturas mais elevados, principalmente no inverno.
O El Niño faz parte do fenômeno Enos, que se refere às mudanças na temperatura do Oceano Pacífico Equatorial. É considerado um fenômeno de aquecimento das águas superficiais do Pacífico, enquanto o La Niña deixa as águas do oceano mais frias do que a média histórica.
De acordo com o Cemtec-MS, o El Niño deve permanecer em atuação até março do ano que vem.
O meteorologista Natálio Abrahão comenta que o fenômeno deve elevar as temperaturas no Estado a partir de outubro, seguindo até o verão.
O fenômeno ocorre, em média, a cada dois a sete anos, e os episódios geralmente duram de 9 a 12 meses.
ALERTA
O El Niño é um dos responsáveis pelo alerta emitido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), entidade especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) para o clima, em maio deste ano.
A publicação prevê 66% de chances de ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C nos próximos cinco anos.
Segundo a OMM, isso não significa que o aumento seja permanente, mas essa é a primeira vez na história em que há grandes chances de ultrapassar o teto de aumento da temperatura previsto no Acordo de Paris, de 2015.
O alerta indica que o El Niño geralmente eleva as temperaturas globais, enquanto o La Niña, que estava em atuação nos últimos anos, ajudou a frear temporariamente a elevação da temperatura em todo o mundo.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, comenta que o fenômeno climático também está normalmente associado ao aumento das chuvas em partes do sul da América do Sul, do sul dos Estados Unidos, do Chifre da África e da Ásia Central.
“Por outro lado, o El Niño também pode causar secas severas na Austrália, na Indonésia e em partes do sul da Ásia”, diz a ONU.
FONTE: CORREIO DO ESTADO