A administração pública e a função de empregador, são as que proporcionam maiores rendimentos aos trabalhadores em suas respectivas áreas em Mato Grosso do Sul, aponta Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O ano referência da pesquisa é 2022.
Quando se trata da atividade exercida, o salário médio do segmento “administração pública, defesa, seguridade social, saúde humana e serviços sociais” é de R$ 4.586,00. Este é o setor que engloba basicamente o serviço público e os profissionais da área de saúde, como médicos e dentistas.
A segunda maior média salarial é do setor de “informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas”, com renda média de R$ 3.353,00. É neste setor que se encaixam os profissionais de informática, funcionários de bancos e advocacia privada, por exemplo.
O setor da agricltura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura tem o terceiro maior rendimento médio mensal de Mato Grosso do Sul, de R$ 3.146,00.
Em seguida estão alojamento e alimentação (R$ 2.873,00); Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (R$ 2.872,00); Indústria Geral (R$ 2.786,00); Construção (R$ 2.625,00); Outros serviços (R$ 2.177,00) e Serviço doméstico (R$ 1.198,00).
Diferenças
A PNAD Contínua do IBGE se diferencia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, por ser mais ampla.
Enquanto a PNAD verifica, ainda que por amostragem, toda a força de trabalho, incluindo empregadores, funcionários públicos, trabalhadores informais e trabalhadores com carteira assinada, o Caged só contabliza o último grupo, com contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Empregadores têm maior renda, domésticos ganham menos de 1 salário mínimo
Quando separado por funções, os empregadores são, de longe, os que têm maior renda. Neste quesito de ocupação aferida pelo IBGE em Mato Grosso do Sul, a renda média mensal é de R$ 9.065,00.
Em segundo, com quase metade da renda média, mas ainda bem superior ao segmento com a menor renda, estão os funcionários públicos estatutários, sejam eles militares ou civis, com renda média de R$ 4.974,00.
A terceira maior média de renda média mensal são dos empregados no setor privado (exceto trabalhador doméstico) com carteira de trabalho assinada, com renda média mensal de R$ 2.523,00.
Os trabalhadores por conta própria, classe em que estão incluídos os microempreendedores individuais (MEIs), por exemplo, têm a quarta maior renda média mensal: R$ 2.393,00.
A penúltima, e segunda pior renda média mensal de Mato Grosso do Sul, segundo a PNAD Contínua do IBGE, são dos empregados no setor privado, sem carteira de trabalho assinada, com renda média mensal R$ 2.104,00.
A menor renda média mensal do Estado são dos trabalhadores domésticos: R$ 1.198,00, valor que é inferior ao salário mínimo de 2022 (R$ 1.212,00), o ano referência do levantamento.
O rendimento médio mensal de todos os trabalhos em Mato Grosso do Sul, no 4º trimestre de 2022, foi de R$ 3.239,00.
Outros números
A PNAD contínua também mostrou outros dados. Em números absolutos, Mato Grosso do Sul tem 1 milhão de pessoas empregadas.
Em números absolutos, são 1,0 milhão de empregados no estado. Destes, 739 mil estão no setor privado, 213 mil no setor público e 88 mil são trabalhadores domésticos. Tratando-se de empregados no setor privado o número variou em 75 mil pessoas, ou seja, aumento de 11,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Número de desalentados no estado diminui 46,4 % em relação ao ano anterior
No estado, a estimativa de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada), no 4º trimestre de 2022, foi de 17 mil, o que representa uma queda de 46,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (32 mil).
Em Mato Grosso do Sul, em um ano, houve aumento de 11,3% de pessoas no setor privado.
Em números absolutos, são 1,0 milhão de empregados no estado. Destes, 739 mil estão no setor privado, 213 mil no setor público e 88 mil são trabalhadores domésticos.
Em se tratando de empregados no setor privado o número variou em 75 mil pessoas, ou seja, aumento de 11,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No setor privado ainda, o número das pessoas sem carteira de trabalho assinada foi estimado em 167 mil. A variação de 20 mil pessoas corresponde a um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e, em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve estabilidade (0,7%).
Já entre as pessoas com carteira de trabalho houve alta de 55 mil pessoas (10,6%) se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior e, também alta, em relação ao trimestre imediatamente anterior (6,7%).
Em relação ao setor público, analisando a variação entre o 3º trimestre de 2022 e 4º trimestre de 2022, o número foi considerado estável entre as pessoas com carteira (2,4%).
Se comparado com o mesmo período do ano anterior, também houve estabilidade (11,6%). Dentre as pessoas sem carteira, ainda no setor público, houve estabilidade (-10,6%) em relação ao trimestre anterior, e, se comparado ao 4º trimestre de 2021, também houve estabilidade de 6,1%.
Entre os militares e funcionários públicos estatutários houve estabilidade de (8,6%) se comparado ao trimestre imediatamente anterior, e aumento de 15,3% mesmo trimestre do ano anterior.
Entre os indicadores para os trabalhadores domésticos se observou estabilidade tanto em relação ao trimestre anterior (-10,4%), quanto se comparado ao mesmo período de 2021 (-12,1%).
Entre os trabalhadores domésticos com carteira assinada houve estabilidade de -8,3% se comparado ao trimestre passado e em relação ao mesmo trimestre de 2021 (-6,8%). Entre os trabalhadores domésticos sem carteira, foi considerada estabilidade tanto em relação ao trimestre anterior (-11,5%), quanto se comparado ao 4º trimestre de 2021 (-14,5%).
Entre as pessoas que trabalham como trabalhador familiar auxiliar (10 mil), observou-se uma queda considerável na comparação com 2021 (-43,1%).
MS tem a 3ª menor taxa de desocupação do país
Mato Grosso do Sul, no quarto trimestre de 2022, tinha 2,18 milhões de pessoas em idade de trabalhar, ou seja, 30 mil pessoas (1,37%) a mais em relação ao mesmo período do ano anterior.
Deste total, 1,5 milhão estavam na força de trabalho, sendo que 1,4 milhão estavam ocupadas e 50 mil desocupadas.
O nível de ocupação foi estimado em 65,3%, representando um aumento de 1,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao trimestre anterior e de 3,0 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
A taxa de desocupação em Mato Grosso do Sul no 4º trimestre de 2022 foi estimada em 3,3%. Esse valor representa uma variação de -1,8 p.p. em relação ao trimestre imediatamente anterior e de -3,1 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, Mato Grosso do Sul fechou o ano com uma taxa de desocupação de 5,0%, a menor registrada desde 2014, quando a taxa foi de 4,2%.
Com este resultado, MS subiu uma posição no ranking entre as UFs, passando o estado de Mato Grosso (3,5%), ficando com a 3ª menor taxa de desocupação, atrás somente de Rondônia (3,1%) e Santa Catarina (3,2%).
O maior valor foi verificado na Bahia (13,5%). No Brasil, a taxa de desocupação no quarto trimestre de 2022 foi de 7,9%, recuando 0,8 p.p. ante o terceiro trimestre de 2022 e caindo 3,2 p.p. comparado ao mesmo trimestre de 2021 (11,1%). Com isso, a taxa de desocupação do ano de 2022 no Brasil fechou em 9,3%.
A população fora da força de trabalho – que não estava nem ocupada nem desocupada na semana de referência em MS – foi estimada em 719 mil, permanecendo com o mesmo valor apresentado no trimestre imediatamente anterior.
Se comparado ao mesmo período de 2021, a variável apresentou estabilidade (721 mil).
FONTE: CORREIO DO ESTADO