Pela primeira vez, um hospital de Mato Grosso do Sul realizou um procedimento avançado de remoção de uma lesão neoplásica (tumor) de reto através de endoscopia.

O procedimento foi realizado em uma paciente de 73 anos, que havia sido indicada para cirurgia de amputação de reto, no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS).

Coincidentemente, a técnica foi utilizada pela primeira vez no mês alusivo ao Março Azul, dedicado a conscientizar e prevenir o câncer colorretal, conhecido como câncer no intestino.

A médica endoscopista dra. Géssica Oguchi, que possui treinamento em técnicas endoscópicas minimamente invasivas e que realizou o procedimento, explica que paciente já realizava tratamento no ambulatório de Gastroenterologia do HRMS.

“A paciente foi diagnosticada com lesão de aproximadamente 5 cm em reto distal e indicada para cirurgia de amputação de reto, porém, optamos pela ressecção endoscópica”, relata Oguchi.

A chefe e responsável técnica do setor de Endoscopia do HRMS, médica endoscopista Caroline Leonardi, explica que o procedimento demora horas para ser realizado, mas diminui as comorbidades relacionadas a um procedimento cirúrgico de amputação de órgão.

“Essa lesão, pelo potencial maligno, tinha indicação de uma cirurgia para remoção do segmento afetado. Porém, foi optado pela realização do ESD (Endoscopic Submucosal Dissection) um termo em Inglês para a denominação de uma técnica japonesa de um procedimento endoscópico, minimamente invasivo, para tratamento de cânceres precoces do trato digestivo”, explicou.

A técnica adotada é considerada um avanço no tratamento do câncer colorretal em Mato Grosso do Sul. Até então, o procedimento que é comum em grandes centros do país como São Paulo e Minas Gerais só foi realizado algumas vezes em hospitais privados do Estado.

O procedimento contou com o empenho e cuidados da equipe de Anestesiologia Dr. Waldemir Gonçalo de Paula e Dra.  Anna Luísa Cinacchi e a equipe de enfermagem do setor: Augusto Gomes da Silva Neri e Jussara Vargas Araújo.

Sobre o Março Azul

O câncer colorretal ou câncer de intestino se apresenta de maneira silenciosa em indivíduos a partir de 50 anos e a dificuldade no diagnóstico precoce contribui para o aumento de casos e pode reduzir as chances de cura. Para alertar à população, o Governo do Estado, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) em parceria com a Sobed (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva), lançam a Campanha Março Azul que tem como objetivo – conscientizar e combater o câncer colorretal no Estado. O câncer de intestino é um tipo de câncer que pode ser evitado se diagnosticado precocemente.

O que é o câncer colorretal?

O câncer colorretal se inicia a partir de um crescimento benigno (pólipo) na parede do intestino. Se não for tratado ou removido, um pólipo pode se tornar um tumor maligno. Os pólipos são facilmente diagnosticados durante uma colonoscopia.

Ao receber o diagnóstico de câncer colorretal é muito importante saber que não está sozinho, receber a rede de apoio, além de toda a equipe médica, conversar com seus familiares, amigos, ou participar de grupos de apoio e também ONGs.

Fique atento quanto aos sinais!

  • Diarreia ou constipação de duração de mais que algumas semanas;
  • Sensação de inchaço abdominal;
  • Cansaço e fadiga;
  • Presença de sangue nas fezes;
  • Dor abdominal – tipo cólica;
  • Sensação de que o intestino não foi completamente esvaziado;
  • Perda de peso sem motivo específico.

Como prevenir?

Adoção de medidas mais saudáveis:

  • Evitar o tabagismo e o uso de bebidas alcoólicas;
  • Fazer atividade física com regularidade;
  • Ter uma alimentação rica em fibras;
  • Evitar alimentos ultraprocessados e açúcares;
  • Mesclar a ingestão de carnes vermelhas;
  • Estar em dia com consultas médicas;
  • Estar atentos a lesões que antecedem o câncer.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO