O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do novo coronavírus, e para incentivo financeiro foi criado o auxílio emergencial.
O Auxílio Emergencial foi a principal ou única renda de cerca de 67 milhões de brasileiros.
De abril a dezembro, o governo gastou cerca de R$ 322 bilhões para pagar o auxílio emergencial e as parcelas extras do auxílio extensão, conforme a Caixa Econômica Federal.
Com os depósitos finalizados, 2021 terá apenas os saques finais, previstos para terminar ainda em janeiro.
O benefício foi criado para atender trabalhadores informais e desempregados em geral que ficaram sem possibilidade de gerar renda em meio à pandemia e a necessidade de isolamento social.
O governo trabalhava com a possibilidade de criar um voucher de R$ 200, mas entre deputados, o valor era visto como insuficiente para suprimir a demanda da população.
Os parlamentares insistiram em um valor de no mínimo R$ 500.
A iniciativa ganhou apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o texto passou a tramitar na Casa com esse valor.
Após articulação, os deputados aprovaram o auxílio emergencial no valor de R$ 600.
A Lei 13.982/2020, que instituiu o auxílio emergencial, foi aprovada em abril e previa a possibilidade de que um decreto presidencial prorrogasse os pagamentos, desde que mantidos os valores estabelecidos.
O auxílio foi pago inicialmente em cinco parcelas de R$ 600 (R$ 1.200 para mulheres chefes de família) e foi prorrogado por mais 4 parcelas de R$ 300 até o fim do ano.
Em dezembro, a Caixa realizou a última parcela aos beneficiários do Bolsa Família e inscritos no CadÚnico.
A continuação do auxílio emergencial em 2021 é ainda uma preocupação para milhões de brasileiros que não terão outra fonte de renda a partir de janeiro.
Conforme o doutor em economia, Michel Constantino, a prorrogação do auxílio emergencial seria fundamental, visto que, milhares de pessoas tinham o recurso como única alternativa de renda, e o fim dele influencia diretamente na economia do país.
“O fim desse recurso com toda certeza irá impactar a economia local e nacional, é importante destacar que a pobreza diminuiu com a liberação do auxílio emergencial, então ele foi muito necessário nesse momento tão atípico que todos estão enfrentando. Vivemos uma situação difícil, mas se ele pudesse continuar, seria fundamental. Este benefício injeta dinheiro diretamente nos mais diversos segmentos do mercado”, destaca Constantino.
No Senado, há uma proposta que trata da extensão do auxílio emergencial até março de 2021, porém, ainda não há previsão para inclusão da pauta na Casa.
Segundo Constantino, o governo federal ainda não bateu o martelo sobre como ficará a situação dos milhões de cidadãos que, a partir deste ano, deixarão de receber a assistência financeira, entretanto, é fato que os brasileiros não esperam, eles fazem.
“Nós acreditamos que as pessoas irão buscar alternativas, todos estão com esperança neste 2021, isso vai influenciar também no empreendedorismo local, as pessoas irão empreender cada vez mais para vencer as adversidades”, concluiu ao Correio do Estado.
Fonte: Correio do Estado