Nos anos oitenta, uma campanha de popularização das artes cênicas tinha como slogan a expressão “vá ao teatro”, com ingressos a preços bem abaixo da tabela em várias capitais do país. Com pelo menos quatro espetáculos gratuitos, a programação de Campo Grande para este final de semana parece ameaçar o revival do slogan, que, aliás, ainda continua vivo em várias cidades.

A diferença é que “ir ao teatro” para conferir uma peça na capital torna-se, cada vez mais, uma expressão de sentido figurado. Não faltam montagens de diferentes portes e estilos praticamente ao longo de todo o ano. Mas uma sala de teatro, de fato, é hoje artigo raro na capital. O Glauce Rocha, o Dom Bosco, o Circo do Mato, o Teatral Grupo de Risco. E, mesmo assim, com uma ocupação de pauta não tão frequente.

Para assistir uma das peças indicadas, de hoje a domingo, será preciso ir a lugares, digamos, alternativos, que não possuem a estrutura mais adequada – palco, maquinário cenotécnico, poltronas, camarim etc – para a apreciação dos espetáculos. De qualquer modo, pode valer muito a pena. Quer ver uma peça em Campo Grande? Vá ao shopping, ao Sesc, à sede das trupes ou procure na rua.

CIRQUIM

Por exemplo, neste sábado, às 18 horas, quem passar pela Rua Cotegipe, no Coophasul, na altura do número 999, vai se deparar com o grupo Circo do Mato apresentando “O Grandioso Mini Cirquim nas Arábias”. Voltado para todas as idades, o espetáculo tem como ponto central o resgate de números tradicionais de circo com uma perspectiva mais atual. Quem chegar mais cedo, às 16 horas, ainda pode aproveitar a oficina de dança que será ministrada pela companhia Dançurbana.

 

PINÓQUIO

No Shopping Bosque dos Ipês, também no sábado, às 15 horas,  a Cia Teatro do Mundo, apresenta a peça “A Verdadeira História de Pinóquio”, com as peripécias da trupe de palhaços. Bolonhesa não tem um boneco de madeira. Petit Pois revela que tem um boneco e que seu sonho é ser pai, assim como Gepeto. A partir deste ponto, todos os palhaços embarcam na verdadeira história de Pinóquio.

 

FULANO

Em seu espaço de ensaios, na Rua Rui Barbosa (nº. 3099), que também vem servindo como teatro de bolso, o grupo Fulano Di Tal realiza mais três apresentações, de hoje a domingo, às 20 horas, de “Seco”, espetáculo inspirado em sentimentos despertados pela pandemia e isolamento social.

A dramaturgia da peça surgiu a partir de um diálogo em um grupo de Whatsapp. Os atores Edner Gustavo e Bruna Neto foram provocados pelo diretor Marcelo Leite a conversarem sobre seus afetos durante o período mais duro da Covid-19. A partir desses fragmentos da realidade vivida por cada um surgiu uma dramaturgia de urgências. O público é convidado a contribuir com qualquer valor.

 

MODERNISMO

E, somente no sábado, às 19 horas, o Sesc Cultura recebe o espetáculo “Um Brinde ao Modernismo”, encenado pelo grupo de teatro da escola Joaquim Murtinho, a partir de poesias de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. O elenco é formado por alunos do nono ao terceiro ano da escola e tem a direção de Marcos Alexandre, professor de Teatro da escola desde 2017. A peça tem duração de aproximadamente 35 minutos.

 

CURTA E ROMANCE

Também no sábado, o Sesc Cultura conta com mais dois eventos. A “Oficina de Pintura do Pôr do Sol”, para crianças a partir de cinco anos, 15h, e a exibição do curta-metragem “O Sorriso da Orquídea”, dirigido pelo poeta Vini Willyan, inspirado no conto do autor sul-mato-grossense André Alves, sobre a elaboração do luto. Ao fim,  haverá participação da equipe técnica para um bate-papo.

Hoje (17/06), às 19 horas, no átrio do Sesc Cultura, a escritora Dunya Kassab lança o romance “O Descendente de Ameryth”. Leitora ávida por livros de ficção, aventura e suspense, Dunya se inspirou na paixão por felinos, criando, nesta ficção, quatro continentes habitados e protagonizados por gatos envolvidos em uma teia de mistérios e tramas perversas.

 

SHOWS

Em Sidrolândia, a primeira edição do Sidro Nina, no Parque de Exposições Waldomiro João Comparim, traz hoje (17/06) show de samba do trio feminino Sampri e, amanhã, apresentação do cantor Chicão Castro. Os portões do parque abrem às 18  horas, com entrada franca.

Em Campo Grande, mais samba na programação do “Sextou na Praça”, às 18h30, na Praça Ary Coelho, com SambaPop, grupo composto pelos amigos Pedro Hulk e Hudson Américo. A banda começou, na “brincadeira”, na casa de amigos mais próximos e conta atualmente com Luan Andrade (baterista), Denilson Santana (baixista), Richard Luiz (roadie), Wesley da Silva (tecladista e saxofonista) e Thiago Pereira (percussionista).

Para quem gosta de rock, neste domingo, 19, a banda Time Travellers retorna aos palcos após nove anos de hiato, em um show inédito no Holandês Cultural, a partir das 20 horas. O projeto Time Travellers é fruto dos sonhos de cinco músicos de idades e experiências diferentes. São 42 anos de idade separando o integrante veterano do mais novo.

Jaime Miguel Barrera, o Miguelito, de 67 anos, é o titular da guitarra solo e do piano. Mário Breda, de 44 anos, na bateria, e Marcio `Pindim´ Breda, de 42, no baixo, fazem a “cozinha”. João Pedro Grefe, de 29 anos, no vocal, e Lucas Grefe, de 25, na guitarra, são os caçulas.

A união de gerações deu origem ao nome – “viajantes do tempo” em inglês. Uma diferença de idade que fica só no papel. Na prática, entrosados pelo rock, os irmãos de música e sonhos criam muito, falam a mesma língua e se divertem um bocado.

CINEMA

Nas salas de cinema dos shopping centers, o destaque entre as estreias é o longa-metragem “Ligthyear”, inspirada no personagem da franquia milionária “Toy Story”. O apresentador Marcos Mion faz a voz do protagonista na versão dublada.

Fonte: Correio do Estado