A disparada das exportações de soja no ano passado, que fez com que Mato Grosso do Sul tivesse um ano recorde na balança comercial, fez com que a participação dos terminais portuários de Porto Murtinho nas exportações locais aumentassem 536% (mais de cinco vezes) entre os anos de 2022 e 2023.
O terminal fluvial localizado no município sul-mato-grossense, nas margens do Rio Paraguai, continua sendo a quarta maior porta de saída dos produtos sul-mato-grossenses, porém, o volume e o valor exportado tiveram aumento significativo.
Enquanto em 2022 foram embarcadas 303.889 toneladas de grãos pelo terminal de Murtinho, no ano passado foram embarcadas 1.627.115 toneladas de grãos (a maioria soja) pelo mesmo terminal. A participação do terminal nas exportações, que em 2022 era de 1,45%, agora é de 4,56%.
O valor financeiro das mercadorias exportadas via Murtinho também subiram consideravelmente: passou de US$ 183,5 milhões em 2022, para US$ 827,8 milhões no ano passado.
Os dados estão na carta de conjuntura elaborada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e foram retirados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Principais portos
O Porto de Paranaguá (PR) continua sendo o principal via de saída dos produtos de Mato Grosso do Sul exportados para outros países, sobretudo os grãos. No no passado foram exportados pelo porto paranaense 6,98 milhões de toneladas, vendidas a US$ 3,997 bilhões. Em 2022, foram exportadas 5,94 milhões de toneladas pelo mesmo porto, a US$ 3,42 bilhões.
O Porto de Santos (SP) é o segundo em exportações de produtos sul-mato-grossenses. O porto paulista, maior terminal do Brasil, exporta sobretudo a celulose produzida em Três Lagoas. No ano passado foram vendidas ao exterior 5,8 milhões de toneladas de produtos pelo porto, a US$ 2,6 bilhões. Em 2022, foram 5,6 milhões de toneladas, a US$ 2,54 bilhões.
O terceiro porto que mais embarca mercadorias sul-mato-grossenses é o porto de São Francisco do Sul (SC). O terminal é forte em grãos, mas também possui unidades de cargas frigoríficas. Por lá, passaram 3,2 milhões de toneladas de produtos no ano passado, vendidas a US$ 1,8 bilhão. Em 2022, foram 1,91 milhões de toneladas, vendidas a US$ 933 milhões.
Recorde
O ano de 2023 foi o ano em que o Estado de Mato Grosso do Sul teve seu maior saldo na balança comercial de toda sua história. Com um período de 12 meses recorde para as exportações, e com uma leve redução nos valores importados, o Estado encerrou 2023 com um saldo de nada menos que US$ 7,56 bilhões, valor que, se convertido a cotação da última sexta-feira (5) representa nada menos que R$ 36,9 bilhões.
Para efeito de comparação, os R$ 36,9 bilhões de saldo deixam para trás os R$ 22 bilhões do orçamento do Estado de Mato Grosso do Sul do ano passado, ou mesmo os R$ 25,4 bilhões previstos para este ano.
O expressivo saldo na balança comercial de Mato Grosso do Sul em todo o ano de 2023 deve-se, sobretudo, ao aumento nas exportações. No ano passado, o Estado exportou US$ 10,5 bilhões, valor 28,1% maior que os US$ 8,2 bilhões exportados durante todo o ano de 2022.
Para contribuir com o sucesso da balança comercial de Mato Grosso do Sul no ano de 2023, as importações tiveram queda de 10,8%. Enquanto em 2022 o Estado importou US$ 3,3 bilhões em mercadorias, no ano passado foram importados US$ 2,95 bilhões em produtos.
O mês que Mato Grosso do Sul mais vendeu ao mercado externo foi maio de 2023: as exportações naquele período superaram a casa de 1 bilhão de dólares, mais precisamente: US$ 1,21 bilhão.
Os números oficiais das importações e exportações no Brasil foram divulgados neste fim de semana, pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Fonte: Correio do Estado