Conhecido como estelionatário das noivas, o estilista N.F.D denunciado por aplicar golpes em noivas da Capital e responde alguns processos por estelionato e furto fez mais vítimas. Após a primeira reportagem publicada pelo Correio do Estado no dia 29 de setembro sobre a história da professora de biologia Flávia Yokoo que quase perdeu o casamento, ao menos 5 vítimas afirmaram que foram prejudicadas pelo estilista. Conforme já publicado pela reportagem, em 2012, o profissional foi preso por estelionato tentando ir para Curitiba com sete vestidos locados no valor total de R$ 22 mil.

Mas as vítimas não são apenas noivas que no ato do contrato pagam o valor total ao prestador de serviços para a noite visando a ansiedade de ter o vestido tão sonhado para o casamento, costureiras da cidade também foram alvo do estilista. Das novas vítimas, apenas duas aceitaram falar com a reportagem do Correio do Estado sobre o caso e contaram algo em comum: no ato do pagamento ele some ou paga parte do valor e não apresenta satisfações.

Costureira profissional de 53 anos que não quis ser identificada e move um processo na justiça. Ela que já confeccionou mais de 10 vestidos, entre eles, de noiva e de festa, procurou a justiça porque não recebeu todo o trabalho prestado e simplesmente o suspeito sumiu sem dar satisfações. “Eu sou muita desconfiada, eu fiz vários para ele, mais de 10, ele falava pra eu ir até ele receber, mas sempre tinha uma desculpa e não conseguia pegar o dinheiro, depois fui descobrir que ele estava enganando outras costureiras, e ele simplesmente sumiu e eu tive um prejuízo de R$ 900, eu não gosto de ser passada para trás, dou meu suor para entregar tudo muito bem feito. As pessoas precisam saber que ele faz isso, precisam divulgar, ele usa as pessoas para dinheiro rápido”, contou à reportagem.

Outra vítima que também é costureira, teve um prejuízo de R$ 850 por dois vestidos que ele não repassou o pagamento. “Uma tristeza, eu trabalho porque preciso, fiquei muito chateada com a situação, ele tinha mandado mensagem que tinha que me pagar, ele me disse que ia pagar e fiquei esperando e nunca mais apareceu, não gosto de ficar cobrando, perto do casamento de um dos vestidos,ele veio, pegou o vestido mesmo sem pagar, e sumiu”,  disse a costura de 66 anos que também não quis ser identificada.

Com medo e sem querer revelar seus nomes, as outras vítimas que são noivas apenas relatam que já foram prejudicadas pelo profissional e dizem que ele trabalha da mesma forma. Recebe o valor total do contrato, adia os prazos ao máximo e quando tentam cancelar, ele intimida as vítimas, alegando quebra de contrato. Algumas até conseguem o vestido pronto, mas são raros os casos que dão certo, outras já pegaram os vestidos que ficaram danificados depois. As noivas que se sentem prejudicadas muitas vezes não tem condições de arrumar outro vestido até a data do casamento e ficam a mercê do estelionatário que na visão delas é mal educado e costuma fazer barracos se contrariado pela situação.

ENTENDA

O primeiro caso registrado aconteceu em 2012. Na ocasião, ele foi flagrado no aeroporto tentando fugir para Curitiba (PR) com R$ 22 mil em vestidos, sendo sete de noiva, sete vestidos de festa, seis saiotes, uma coroa e presilha de noiva, além de flores locados em loja de Campo Grande e não pretendia fazer a devolução dos vestidos. Ele foi preso antes de embarcar e segue respondendo o processo em liberdade. “Em 2012, foi ao ano que ele tentou dar o golpe em meus pais. Eles tentou levar os vestidos e nós descobrimos o paradeiro e conseguimos recuperar todas as peças da nossa loja”, confirmou a vítima na reportagem.

O segundo caso apareceu com a história da professora de Biologia Flávia Yokoo, de 33 anos. A véspera do casamento, ela foi vítima e perdeu R$ 2,5 mil além de quase não conseguir realizar o casamento. Para concretizar o sonho precisou arrumar- em menos de 24 horas- R$ 4 mil reais para estar pronta ao grande dia.

Em uma feira de noivas bem tradicional da cidade, ela conheceu o suspeito que faria o vestido de noiva, mas nem sonhava que seria vítima de um golpe e que poderia ter perdido o grande dia projetado em família. “Eu o conheci e fechei contrato com ele em março deste ano na feira de noivas, com ele eu contratei o vestido, buquê e dia da noiva (cabelo e maquiagem), ele sabia da minha história, sabia que eu não tenho mais meus pais e que esse casamento seria em memória deles e mesmo assim ele fez essa palhaçada gigantesca comigo”, contou.

Flávia chegou até fazer algumas provas no ínicio do contrato, mas um dia antes do casamento, os vestidos não foram entregues, não tinha buquê e muito menos arrumação para o dia. O estilista sumiu e não respondeu mais as mensagens.

OUTRO LADO

Correio do Estado entrou várias vezes em contato com o estilista sobre as denúncias, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno e a versão dele assim como a identificação do nome será divulgada após manifestação do suspeito.

Fonte: Correio do Estado