Na manhã desta quinta-feira (6), o Governo de Mato Grosso do Sul deu mais um passo para a efetivação da Rota Bioceânica com a assinatura do acordo de colaboração do Estado com o Governo de Tarapacá, região localizada no norte do Chile.
Em tarapacá está a cidade de Iquique, que possui um dos portos que dão acesso ao Oceano Pacífico e ao mercado asiático. A cidade portuária está diretamente ligada ao eixo que encurtará o caminho do escoamento de produtos brasileiros – e de Mato Grosso do Sul.
A colaboração deve estreitar as relações institucionais, aproximar as economias e potencializar oportunidades de desenvolvimento econômico do Estado.
“Todos sabem que o Mato Grosso do Sul tem como prioridade a concretização da Rota Bioceânica. Nós estabelecemos um acordo formal com Tarapacá, um estado do norte do Chile, onde está Iquique. Tarapacá está abrindo um escritório aqui em Campo Grande para iniciar aquela perspectiva que nós temos de ações comerciais efetivas”, afirmou Eduardo Riedel.
O governador reforçou que as obras já estão se encaminhando, e que agora é o momento de estreitar os laços com os países vizinhos para dar início a ações comerciais, turísticas e culturais.
“Estamos iniciando uma relação formal com o Mato Grosso do Sul, para melhorar a competividade, ser mais eficiente na logística do comércio internacional. A região de Tarapacá tem características inigualáveis, está no Pacífico o que significa economia de um terço do tempo de traslado de produtos que requerem exportação para o setor asiático. Isso gera maior competitividade, por isso estamos criando condições logísticas eficientes e oportunidades de ligação para o transporte pelo Pacífico”, disse Cervajal.
Além de formalizar acordo de cooperação, o Chile é o primeiro país a estabelecer representação comercial no Estado. O escritório da Corporação de Desenvolvimento Regional de Tarapacá no Mato Grosso do Sul, para receber autoridades e empresários da região chilena, será inaugurado nesta sexta-feira (7), em Campo Grande.
Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), reconheceu a importância da instalação da equipe de Taparacá em Mato Grosso do Sul.
“São dois extremos envolvidos na rota, Mato Grosso do Sul, com o início dela, e Tarapacá com os portos. A rota já foi estabelecida como prioridade para esta gestão e principal projeto de desenvolvimento e integração do Estado”.
O acordo estabelece compromissos relativos a promoção de novas atividades produtivas e investimentos que fortaleçam as relações comerciais, estimula a articulação interempresarial para gerar arranjos produtivos – cooperativas binacionais e outras formas inovadoras de promoção de interesses econômicos, comerciais -, além de possibilitar articulação com universidades e centros de pesquisas para estudos, entre outras ações.
O compromisso entre o Mato Grosso do Sul e Tarapacá possibilita viabilizar as condições institucionais e operacionais necessárias ao pleno aproveitamento dos benefícios gerados pelo corredor que ligará o Centro-Oeste do Brasil aos portos do Pacífico, no norte do Chile.
O acordo terá vigência de 24 meses e pode ser prorrogado até 60 meses, condicionado à conclusão da Rota Bioceânica.
Confira os compromissos estabelecidos:
- Promover novas atividades produtivas e investimentos que fortaleçam as relações comerciais entre as regiões;
- Estimular a criação de espaços de articulação interempresarial, capazes de gerar arranjos produtivos, cooperativas binacionais, outras formas inovadoras de promoção de interesses econômicos – comerciais, e a aproximação dos agentes econômicos dos dois entes subnacionais;
- Organizar visitas técnicas e empresariais setoriais, a fim de explorar as vantagens econômicas e logísticas resultantes da melhoria da integração física;
- Coordenar a participação de representantes dos Partícipes em eventos nacionais e internacionais;
- Articular com universidades ou centros de pesquisas a realização de estudos que apontem soluções ou alternativas para a superação de entraves e a
- potencialização de iniciativas produtivas e comerciais;
- Identificar e articular ações concretas capazes de abrir investimentos para a captação do potencial logístico, de modo que se formem centros regionais e nacionais de distribuição de carga e agregação de valor;
- Intercambiar informações técnicas sobre os projetos de infraestrutura, de tecnologia, de digitalização e outras iniciativas de interesse comum para defender e promover os interesses permanentes dos Participes;
- Promover e apoiar as atividades de assistência técnica, econômica, científica e cultural, propiciando a troca de experiências entre as regiões; e
- Colaborar reciprocamente na consolidação dos corredores bioceânicos que permitam a abertura do centro-oeste do Brasil com os portos do Pacífico norte do Chile, reconhecendo a importância de priorizar o intercâmbio logístico e o aprendizado em ecossistemas logísticos integrados, sustentáveis e seguros.
- O acordo não implica em transferência de recursos financeiros entre as partes.
Rota Bioceânica
A Rota Bioceânica vai encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Com valor estimado de US$ 85 milhões a estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três pontos, dois constituirão os viadutos de acesso de ambos os lados, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Segundo informações divulgadas pelo Governo do Estado nesta quarta-feira (5), a obra da ponte da Rota Bioceânica, que ligará as cidades de Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no Paraguai, registra atualmente avanço de 24,68% em nível geral.
Aproximadamente 450 pessoas trabalham realizando diversas atividades nas duas margens do Rio Paraguai, que já começa a transformar todo o seu entorno com o andamento do projeto.
Uma equipe técnica liderada pelo vice-ministro de Obras do Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC), engenheiro Rubén Andino, juntamente com o diretor de Estradas, engenheiro Víctor Olmedo, se reuniram no fim de junho com os responsáveis para verificar a obra.
Boletim do Consórcio Pybra, divulgado ontem (4) aponta que do lado paraguaio 100% das estacas já foram firmadas, além de 96% dos blocos, 56% dos pilares e 40% da travessa. Já do lado brasileiro 92% das estacas já foram colocadas, 39% dos blocos e 6% dos pilares.
“A obra está avançando com maior percentual do lado paraguaio que começou antes, e também em Porto Murtinho. Com isso, a nossa meta é inaugurar a ponte no primeiro semestre de 2025”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
As tarefas estão a cargo do Consórcio PYBRA (Tecnoedil SA, Paulitec e Construtora Cidade), sendo o Consórcio PROINTEC o fiscalizador. A gestão da obra está a cargo da UEP-DCyP do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC).
A ponte é fundamental para a Rota Bioceânica, corredor rodoviário que vai promover a integração geopolítica do Brasil, reduzir custos logísticos, tempo de viagem, além de promover novos investimentos em infraestrutura para o Estado, gerar novos empregos, oportunidades no setor de turismo, aumentar a importação e exportação, entre outros pontos.
FONTE: CORREIO DO ESTADO