No primeiro mês de 2021, a cesta básica apresentou aumento de 0,37% em Campo Grande. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em janeiro foram investidos R$ 578,72 para adquirir os produtos básicos.

No mesmo período do ano passado, o morador da Capital desembolsava R$ 458 para a compra da cesta, ou seja, diferença de R$ 120,72 ou 26,34%.

Entre os produtos que puxaram a alta do conjunto de alimentos no mês passado estão o açúcar cristal (11,46%), que foi o produto com maior variação em janeiro.

Outros itens com variação positiva, na comparação com dezembro do ano passado foram a banana (4,76%), o tomate (3,35%), a farinha de trigo (1,44%), a manteiga (1,36%) e a carne bovina (0,58%).

Por outro lado, o produto com a maior retração no primeiro mês de 2021 foi a batata (-10,71%).

Além do tubérculo, registraram redução de preços o óleo de soja (-3,93%), o leite integral (-1,79%), o feijão carioquinha (-1,46%), o pão francês (-0,87%), o café em pó (-0,70%) e o arroz agulhinha (-0,20%).

Entre as cidades pesquisadas, a cesta de Campo Grande foi a oitava mais cara no mês.

O conjunto de alimentos necessário para alimentar uma família, composta por dois adultos e duas crianças, custou R$ 1.735,86 em janeiro, R$ 6,42 a mais na comparação com os gastos percebidos por uma família em dezembro, de R$ 1.729,44.

Ainda de acordo com a pesquisa, o percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta foi de 56,87% (redução de 2,77 p.p. em relação a dezembro).

ANO PASSADO

Somando todos os meses de 2020, foram desembolsados R$ 5.946,71 pelo morador da Capital.

A supervisora técnica do Dieese em MS, Andreia Ferreira, explica que o total  desembolsado em 2020 corresponde a 47% do salário mínimo líquido.

“O cálculo leva em consideração o salário mínimo líquido e incluindo o 13°. E o comprometimento é muito alto, se você pensar que para quem ganha um salário, a renda anual [líquida] é de R$ 12.566,13 e essa pessoa comprometeu R$ 5,946,71 é muita coisa”, disse.

O principal produto que puxou a elevação de preços no ano foi o óleo de soja, que subiu 108,71%. Seguido do arroz que registrou alta de 85,09% e batata com aumento de 83,08%.

Ainda registraram aumentos significativos no ano passado: banana (49,67%), tomate (46,63%), feijão (38,84%), açúcar (25,53%), carne bovina ( 25,51%) e leite (24,08%).

NACIONAL

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, aponta que os preços do conjunto de alimentos básicos necessários para as refeições de uma pessoa adulta, aumentaram em 13 capitais pesquisadas.

As maiores altas foram registradas em Florianópolis (5,82%), Belo Horizonte (4,17%) e Vitória (4,05%). O valor da cesta apresentou redução em quatro capitais do Nordeste: Natal (-0,94%), João Pessoa (-0,70%), Aracaju (-0,51%) e Fortaleza (-0,37%).

Em São Paulo, capital onde a cesta apresentou o maior preço, o custo ficou em R$ 654,15, com alta de 3,59%, na comparação com dezembro de 2020. Em 12 meses, o valor do conjunto de alimentos subiu 26,40%.

Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário foi equivalente a R$ 5.495,52, o que corresponde a 5 vezes o mínimo já reajustado, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em janeiro, foi de 111 horas e 46 minutos, menor do que em dezembro, quando ficou em 115 horas e 08 minutos.

Fonte: Correio do Estado