Os diretórios de partidos em Mato Grosso do Sul ainda vivem a expectativa de quanto receberão do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu quanto cada uma das 32 legendas terão dos R$ 2.034.954.823,96 destinados às campanhas.
Presidente estadual do MDB, o ex-deputado estadual Junior Mochi disse que deve se reunir com a Executiva Nacional para saber quanto a legenda terá para as campanhas municipais.
“Solicitamos uma agenda com o presidente nacional, deputado [federal] Baleia Rossi [SP], para discutir o tema. Só a partir daí poderemos tratar de como serão utilizados esses recursos”, afirmou. O deputado estadual Marcio Fernandes é o nome do MDB para a disputa na Capital.
Também aguardando uma posição da direção nacional, o presidente do PT no Estado, Vladimir Ferreira, frisou que espera uma atenção especial para Campo Grande. “A direção nacional deve decidir entre o fim de junho e início de julho. Não temos como dimensionar números para o Estado, mas esperamos o máximo possível. O ideal é que Campo Grande receba à parte do interior”, explicou.
A legenda ainda está em processo de definição de candidaturas no interior; na Capital, já foi apontado como pré-candidato o deputado estadual Pedro Kemp.
O PSDB pode indicar o vice da chapa de Marcos Trad (PSD), pré-candidato à reeleição. O presidente da Câmara Municipal, João Rocha, e o ex-secretário especial de Governo do Estado, Carlos Alberto de Assis, são os nomes cotados para comporem a chapa.
Sérgio de Paula, presidente estadual do PSDB, disse em nota ao Correio do Estado que também espera uma posição vinda de Brasília (DF). “O Diretório Regional do PSDB de Mato Grosso do Sul ainda não foi informado oficialmente quanto a essa questão. Tão logo isso ocorra, vamos dar conhecimento”, afirmou.
Representante do DEM na Câmara dos Deputados, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é quem discute a questão. Procurada, limitou-se a dizer que ainda não havia definição para Mato Grosso do Sul.
O senador Nelson Trad Filho, presidente estadual do PSD, também não tem previsão de números e ainda depende de definições locais. “Não sabemos ainda quantas candidaturas teremos no Estado. Podem ser 20 ou até 40, por exemplo. Teremos um número após a definição de todas elas”, explicou.
Custos
Em 2016, nas eleições municipais, o então deputado estadual e candidato à prefeitura Marcos Trad investiu R$ 1.954.788,05 em sua campanha eleitoral.
Conforme o site do TSE, de divulgação das candidaturas e das contas eleitorais, o PSD doou R$ 560 mil para a campanha. O DEM doou R$ 20 mil, o Patriotas, partido da vice-prefeita, R$ 150 mil, além de doações de familiares e empresários.
Concorrente de Trad, a candidata tucana Rose Modesto investiu mais em sua campanha. Ela chegou a disputar o segundo turno, mas não obteve sucesso. Ao todo foram investidos R$ 3.729.519,20, sendo R$ R$266.382,50 doados pelo PSDB e o restante por empresários, filiados ao partido e integrantes do governo do Estado.
DIVISÃO
Essa será a primeira vez que o FEFC será usado em eleições municipais. Criado em 2017, ele já havia sido aplicado nas eleições de 2018. Dos 33 partidos registrados no Brasil, apenas o Novo abriu mão dos recursos.
No total, são cerca de R$ 2 bilhões para o Fundo Especial. Conforme dados divulgados pelo TSE, o PT terá direito ao maior montante, R$ 200,9 milhões. O PSL vai receber R$ 193,6 milhões. O PSD ficará com R$ 154,8 milhões.
O PP receberá R$ 140,2 milhões. O PSDB terá direito a R$ 126 milhões. Já o PL vai ter R$ 123,2 milhões. O DEM vai ficar com R$ 114,5 milhões. O PSB vai receber R$ 109,4 milhões, e o Republicanos terá direito a R$ 104,4 milhões.
VERBA
O Fundo Eleitoral é estipulado pela Câmara dos Deputados, que, no fim de dezembro, aprovou um total de R$ 2 bilhões para 2020. A distribuição é feita baseada em quatro regras: 48% do total é distribuído de acordo com o número de deputados eleitos; 35% é destinado aos partidos que elegeram ao menos um deputado; 15% do valor é distribuído de acordo com o número de senadores eleitos; e 2% do total é dividido de forma igualitária entre todos os partidos registrados.
* Colaborou Yarima Mecchi