Mato Grosso do Sul acumula resultados positivos na geração de empregos formais em 2022. No acumulado de janeiro a outubro, o Estado registrou saldo positivo de 44.908 vagas de trabalho, resultado de 310.832 admissões e 265.924 demissões.

O saldo dos dez meses deste ano é o melhor resultado já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 2004, tanto considerando o mesmo período (de janeiro a outubro) quanto comparando com os 12 meses dos anos anteriores.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem (29) pelo Ministério do Trabalho.

Em todo o ano passado, Mato Grosso do Sul teve saldo positivo de 36.287, ou seja, em dez meses, o acumulado já está 23,75% acima do total gerado em 2021, quando o Estado bateu recorde na geração de empregos.

O doutor em Economia Michel Constantino explica que o mercado de trabalho é o “termômetro” da economia, ou seja, quando o trabalho com carteira assinada cresce, a economia está em aceleração.

“Os dados refletem a recuperação plena do mercado de trabalho, e esse resultado está mostrando que a economia vem crescendo de forma sustentável”, analisa.

Entre os setores que mais geraram vagas formais em 2022 estão os serviços (17.870), a agropecuária (8.012) e o comércio (7.336). O estoque total de trabalhadores com carteira assinada em Mato Grosso do Sul subiu para 607.058 em outubro deste ano.

MENSAL

Na análise mensal, o saldo de empregos caiu em 50% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A pesquisa ainda mostrou que, se comparados os meses de outubro de 2020 e outubro de 2022, a queda é ainda mais expressiva, atingindo 57,12% de variação negativa.

Segundo o levantamento, no mês passado, a diferença entre contratações e demissões foi de 1.693 vagas, ante 3.404 vagas em outubro de 2021 e 3.949 postos formais no mesmo mês de 2020.

Entre os setores que mais contrataram, o comércio puxou a fila de contratações, sendo responsável por 78,2% do saldo positivo em outubro de 2022. Os demais setores se mostraram bem tímidos.

Segundo o Caged, a agropecuária teve saldo de 19 vagas, a indústria gerou 25 postos de trabalho, o setor de serviços contribuiu com 240 novos empregos e o comércio liderou com 1.324 novos postos.

Apesar dos números mais modestos no mês passado, com as atenções voltadas para o fim de ano, a confiança do empresariado se renovou.

Dados do Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) de Campo Grande atingiu neste mês de novembro 143,4 pontos, maior pontuação da série histórica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), acompanhando o que ocorreu em âmbito nacional.

Segundo a economista do Instituto de Pesquisa da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), Regiane Dedé de Oliveira, as datas festivas fizeram o índice chegar a patamares inéditos.

“Os fins de ano geralmente turbinam a confiança dos empresários do comércio, porque é quando as vendas apresentam os melhores resultados e isso se soma à Black Friday e movimentação da Copa Mundial de Futebol”, avalia.

O período também é de injeção de dinheiro na economia. Nos últimos meses, a PEC dos Benefícios turbinou até dezembro o Auxílio Brasil, passando de R$ 400 para R$ 600; liberou auxílios para caminhoneiros e taxistas no valor de R$ 1 mil por mês até o fim do ano; e auxílio gás dobrado para famílias carentes.

Nesta semana e no próximo mês, ainda serão injetados quase R$ 3 bilhões em salários na economia sul-mato-grossense em gratificações para funcionários da iniciativa privada e servidores públicos estaduais e municipais. Essa conjuntura pode elevar os números do Caged para o levantamento de novembro.

Saiba: As expectativas otimistas do comércio para as festas de fim de ano podem colaborar com mais empregos. A movimentação com as celebrações deve chegar a R$ 816 milhões, conforme estimativa.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO