Durante agenda oficial em Assunção, na Embaixada do Brasil no Paraguai, nesta quarta-feira (5), o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, discutiram o trabalho em conjunto para viabilizar a Rota Bioceânica, assim como parcerias que podem render frutos econômicos para ambas as partes
“Estivemos neste encontro com o presidente eleito do Paraguai, tratando dos interesses do Mato Grosso do Sul. Nossa conversa passou por vários assuntos, como rota bioceânica, a hidrovia tão importante para o Paraguai e Brasil, assim como intercambio não só cultural, mas comercial entre os dois países”, afirmou o governador.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, voltou a reforçar o papel estratégico de Campo Grande na consolidação da Rota de Integração Latino Americana (RILA).
Por sua localização geográfica central em relação ao corredor rodoviário, pela oferta de recursos humanos e oportunidades de negócios, a Capital sul-mato-grossense é o local ideal para a instalação de escritórios de negócios, centros de apoio e de logística para a operacionalização deste novo eixo de desenvolvimento.
A Prefeita afirma que Campo Grande está se preparando para ser um hub logístico e centro de distribuição de mercadorias, gerando economia e eficiência para atender as empresas brasileiras e dos demais países, como o Paraguai, que se beneficiarão deste caminho para curso dos países asiáticos, grandes importadores de grãos, fibras, proteínas e minérios brasileiros.
A obra, que deve ser viabilizada em um período de dois a três anos, registra atualmente avanço de 24,68% em nível geral. Mas, já chama a atenção do mercado exterior para a Capital. Segundo a prefeita, prova disso foram as rodadas de negócios realizadas durante a Expogrande 2023, que reuniu delegações de diversos países, tais como Argentina, Bolívia, Paraguai, Portugal, Itália, Luxemburgo e Chile.
Campo Grande é a 14ª Capital mais populosa do Brasil, com 897 mil habitantes, tem um PIB superior a R$ 30 bilhões, sedia 122.787 empresas ativas, sendo mais de 2.200 indústrias.
Outro dado muito importante é que a Capital de Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar entre as 26 do país e o Distrito Federal, em menor taxa de desocupação. Com taxa de 3,4%, Campo Grande assume a liderança registrando o menor número para um 1° trimestre desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a divulgação da Pesquisa por Amostra de Domicílios Trimestral (PNAD-T).
“Assumimos a primeira posição entre as capitais mostrando que somos a que mais avança na oferta e em políticas de promoção de Oportunidades, e que estamos nos transformando em um polo de crescimento e de geração de novos negócios. No ano passado ampliamos em mais de 10 mil o número de empresas ativas e seguimos crescendo, o resultado não poderia ser outro senão bons números de empregabilidade”, indicou Adriane Lopes.
Para captar as oportunidades geradas pela Rota Bioceânica, Campo Grande abre 20 cursos presenciais e 80 cursos on-line para mais de 10 mil jovens que quiserem se capacitar, notadamente visando às oportunidades de mercado que a Rota Bioceânica trará.
O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, assumiu durante o encontro o compromisso de parceria do seu país com Campo Grande.
“Minha atenção estará muito mais focada em departamentos [estados] que fazem limite com o Paraguai. Vou dedicar muito da minha atenção no processo de integração com estes países. E acredito que o maior projeto de integração seja a hidrovia. Vamos caminhar juntos nos próximos anos para que Campo Grande, Mato Grosso do Sul e Paraguai, juntos, tenham mais possibilidades comerciais. Já tenho inclusive um convite da Prefeita Adriane para, em breve, visitar a Capital de MS”.
Também representaram Mato Grosso do Sul na reunião o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro; os deputados estaduais Paulo Correa e Lídio Lopes e a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos de Campo Grande, Catiana Sabadin. O convite foi feito pelo embaixador brasileiro no Paraguai, José Antônio Marcondes.
Rota Bioceânica
A Rota Bioceânica vai encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Com valor estimado de US$ 85 milhões a estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três pontos, dois constituirão os viadutos de acesso de ambos os lados, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Segundo informações divulgadas pelo Governo do Estado nesta quarta-feira (5), a obra da ponte da Rota Bioceânica, que ligará as cidades de Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no Paraguai, registra atualmente avanço de 24,68% em nível geral.
Aproximadamente 450 pessoas trabalham realizando diversas atividades nas duas margens do Rio Paraguai, que já começa a transformar todo o seu entorno com o andamento do projeto.
Uma equipe técnica liderada pelo vice-ministro de Obras do Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC), engenheiro Rubén Andino, juntamente com o diretor de Estradas, engenheiro Víctor Olmedo, se reuniram no fim de junho com os responsáveis para verificar a obra.
Boletim do Consórcio Pybra, divulgado ontem (4) aponta que do lado paraguaio 100% das estacas já foram firmadas, além de 96% dos blocos, 56% dos pilares e 40% da travessa. Já do lado brasileiro 92% das estacas já foram colocadas, 39% dos blocos e 6% dos pilares.
“A obra está avançando com maior percentual do lado paraguaio que começou antes, e também em Porto Murtinho. Com isso, a nossa meta é inaugurar a ponte no primeiro semestre de 2025”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
As tarefas estão a cargo do Consórcio PYBRA (Tecnoedil SA, Paulitec e Construtora Cidade), sendo o Consórcio PROINTEC o fiscalizador. A gestão da obra está a cargo da UEP-DCyP do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC).
A ponte é fundamental para a Rota Bioceânica, corredor rodoviário que vai promover a integração geopolítica do Brasil, reduzir custos logísticos, tempo de viagem, além de promover novos investimentos em infraestrutura para o Estado, gerar novos empregos, oportunidades no setor de turismo, aumentar a importação e exportação, entre outros pontos.
Acesso à ponte
O secretário lembrou que o governador Eduardo Riedel tem mantido um diálogo permanente com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e o Ministério de Infraestrutura pela necessidade que o Estado tem de lançamento imediato da obra de acesso a ponte.
“Como o cronograma da ponte está avançando, o governo brasileiro tem que acelerar o processo de licitação do acesso, de forma que isso culmine, e possamos em 2025 acionar a Rota Bioceância tanto com a estrutura alfandegária como o acesso a ponte”, concluiu Verruck.
FONTE: CORREIO DO ESTADO