Pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, entre 2000 e 2020, a área agrícola do país cresceu 230 mil km² e a vegetação natural diminuiu 513 mil km². Mato Grosso do Sul é um dos estados com destaque nesse resultado.

Segundo o levantamento, as mudanças mais intensas foram nas bordas da Amazônia, no MATOPIBA, no sul do Rio Grande do Sul e na área que vai do Oeste Paulista ao leste de Mato Grosso do Sul e Goiás.

O IBGE revela que, adicionalmente à dinâmica agropecuária, 149,3 mil km² de Vegetação florestal foi convertida em Pastagem com manejo no período, o que representa 43,8% do total das conversões sobre a Vegetação florestal.

Para a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista, a pesquisa mostra, principalmente, tal tendência de conversão de uso: “destacando-se a expansão de áreas agrícolas sobre a vegetações campestres e pastagem com manejo, além de um crescimento da pastagem com manejo sobre as vegetações florestais”, disse.

Vegetação

Conforme os dados divulgados, a Vegetação florestal segue sendo a maior classe em extensão de cobertura da terra no país, embora sua participação tenha reduzido de 46,2% para 42,5% da área total.

Enquanto isso, a área de Vegetação campestre reduziu de 20,8% para 18,6%.

Por outro lado, as duas maiores classes seguintes cresceram: Pastagem com manejo foi de 10,1% para 12,9% e a área agrícola saiu de 5,2% em 2000 para 7,9% em 2020.

Saiba mais

Os dados do IBGE revelam que, no mesmo período (2000/2020), a área da Silvicultura no país cresceu 71,4% (36 mil km²), a Área agrícola cresceu 50,1% (229,9 mil km²) e a de Pastagem com manejo, 27,9% (247 mil km²).

Mato Grosso do Sul se destaca, também, no aspecto relacionado à Silvicultura, ciência que estuda o manejo de florestas e utiliza técnicas específicas para preservação e para a produção florestal extrativista ou cultivada.

Respectivamente, as maiores expansões de Silvicultura foram em Mato Grosso do Sul (7,8 mil km²), Minas Gerais (6,6 mil km²) e Rio Grande do Sul (4,8 mil km²).

A Silvicultura avançou, principalmente, sobre as áreas de Vegetação campestre, Mosaico de ocupações em área florestal e Pastagem com manejo.

Estudo do IBGE

Os dados fazem parte da pesquisa de Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, pesquisa inédita que demonstra as mudanças dos estoques do recurso no país de 2000 a 2020.

Além disso, a publicação parte dos resultados do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra, realizados e divulgados neste período.

O Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra tem como objetivo espacializar e quantificar a cobertura e uso da terra do Brasil, em períodos regulares, a partir do mapeamento sistemático.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO