O empresário e agropecuarista Eduardo Riedel (PSDB) ontem foi eleito governador de Mato Grosso do Sul para o quadriênio 2023-2026. Riedel, que não havia se candidatado a nenhum outro cargo público anteriormente, sucederá seu aliado Reinaldo Azambuja (PSDB).

Com a eleição deste domingo, Azambuja, Riedel e também o PSDB entram para a história como o primeiro grupo político a permanecer no poder depois que o titular do mandato encerra seu período.

Nas eleições de ontem, Riedel foi eleito com 56,90% dos votos válidos (808.210), enquanto o rival do tucano, Capitão Contar (PRTB), teve 43,1% dos votos válidos (612.113).

Os correligionários de Eduardo Riedel e também o grupo de Capitão Contar esperavam uma apuração dos votos mais acirrada em Mato Grosso do Sul. A vitória de Riedel, porém, foi mais folgada do que apontavam os institutos de pesquisa.

O governador eleito, em seu primeiro discurso, lembrou que não foi fácil participar do processo eleitoral, sobretudo para quem não era da política, como ele. Na ocasião, Riedel agradeceu ainda a senadora eleita Tereza Cristina (PP), fundamental em sua campanha para o governo.

“Foi uma eleição difícil. Disputei contra lideranças fortes da história de Mato Grosso do Sul”, afirmou o tucano, ao se referir ao ex-governador André Puccinelli (MDB), ao ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) e à deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Ainda lembrou dos outros candidatos que disputaram: Giselle Marques (PT), Adonis Marcos (Psol) e Capitão Contar, com o qual disputou o segundo turno das eleições presidenciais.

“Eu deixo aqui minha palavra de gratidão e afirmo que, de agora em diante, trabalharei de maneira incansável para fazer de Mato Grosso do Sul não o segundo ou terceiro em alguns rankings nacionais de competitividade e desenvolvimento, mas o primeiro do Brasil”, disse Riedel.

Governabilidade

Para governar, a partir de 1º de janeiro de 2023, Eduardo Riedel terá a maioria da Assembleia Legislativa a seu favor. Pela dinâmica em que ocorreu sua eleição, talvez ele tenha até mais facilidade para aprovar leis do que o atual governador Reinaldo Azambuja.

O PSDB, partido de Riedel, tem a maior bancada da casa, com 6 dos 24 representantes. Ele deve contar com todos os deputados do centro, como PL e PP, e os partidos do arco de alianças de sua chapa.

Até mesmo os partidos de esquerda, como o PT, aproximaram-se de Riedel nesta reta final da disputa contra Capitão Contar. Do partido de Contar, o PRTB, restou apenas Rafael Tavares, que certamente estará na oposição.

No MDB, que esteve com Contar no segundo turno, Riedel ainda pode ter diálogo para conquistar apoio.
Ontem, ainda em seu primeiro discurso como governador eleito, Eduardo Riedel fez questão de lembrar que, no segundo turno, sua chapa foi eleita com o apoio amplo “de todos os matizes ideológicos e partidários”.

“As diferentes visões da sociedade devem ser respeitadas e discutidas no sentido de se buscar soluções para os problemas reais das pessoas”, disse Eduardo Riedel.

Relação com Lula

Com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Eduardo Riedel afirmou que terá um bom diálogo.

“Sentarei com o presidente Lula como líder de Mato Grosso do Sul, como governador eleito”, afirmou.

Apesar de apoiar formalmente a reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), Riedel não terá dificuldades em dialogar com a equipe de Lula. Uma das pontes deve ser a família da senadora Simone Tebet (MDB).

Simone Tebet teve papel importante na campanha presidencial de Lula no segundo turno, e o marido dela, o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB), ocupa atualmente a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica, cargo que Riedel ocupou durante quase todo o governo Azambuja.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO