Dezenas de policiais civis, militares e do Sistema Penitenciário Federal estão desde o começo da manhã na parte externa e interna do fórum de Campo Grande, onde começa nesta segunda-feira (17) o júri de Jamil Name Filho, do policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo e de Marcelo Rios, acusados do assassinato do universitário Matheus Coutinho Xavier.
Pelo menos dez viaturas da polícia estão espalhadas no entorno do fórum e cerca de 40 homens com armamento longo vigiam as entradas do prédio. Na parte interna, pelo menos outras duas dezenas de policiais estão posicionados em pontos estratégicos, inclusive na sala do júri.
A secretaria de Segurança Pública informou que não daria detalhes exatos sobre o esquema de segurança, o que indica o temor de que homens ligados aos acusados pudessem armar algum atentado contra as pessoas envolvidas no júri, que deve se estender por quatro ou cinco dias.
Os três réus chegaram ao prédio cerca de 90 minutos antes do horário previsto para início do julgamento ficaram sob a vigilâcia de pelo menos seis policiais fortemente armados.
Jamilzinho, como é conhecido, está sendo acusado de ser o mandante do atentado mal sucedido que resultou na morte de Matheus, em abril de 2019. Os outros dois teriam atuado na contratação dos pistoleiros.
O suposto autor dos disparos de fuzil que mataram a estudante, José Moreira Freires, o Zezinho, conseguiu fugir e acabou sendo morto pela polícia no Rio Grande do Norte em dezembro de 2020.
Quatro promotores e a mãe de Matheus vão atuar na acusação. Na defesa, por sua vez, serão em torno de 15 advogados se revezando ao ao longo dos próximos dias.
Na manhã desta segunda-feira devem ser ouvidas três testemunhas de acusação e no período da tarde será ouvido o ex-capitão da PM Paulo Teixeira, pai da vítima e que foi fundamental para que a polícia conseguisse chegar aos supostos assassinos. Conforme a infestigação, o alvo do atentado em 19 de abril de 2019 era ela, mas o filho foi morto porque manobrava a caminhonete do pai.
Além daquilo que já informou ao longo dos depoimentos nos últimos quatro anos, ele promete trazer novidades impactantes no júri. Ele será ouvido como informante, já que é familiar da vítima e não pode ser ouvido como testemunha.
Os sete jurados terão de ficar isolados ao longo de todo o júri e vão dormir em um hotel, ficando inclusive sem celulares e sem acesso ao mundo externo. Os réus, por sua vez, vão passar as noites no presídio federal ou na Gameleira.
Mesmo que Jamil Name Filho seja inocentado, ele continuará preso, uma vez que já foi punido a pouco mais de 23 anos de prisão depois que foi preso, em setembro de 2019. O patriarca da família, Jamil Name, também chegou a ser preso, mas faleceu aos 83 anos em Mossoró, em junho de 2021.
FONTE: CORREIO DO ESTADO