Com a proximidade da chegada do verão, na próxima quarta-feira (21), as entidades de saúde alertam para o risco de câncer de pele, em razão da alta exposição ao sol. Desse modo, a campanha Dezembro Laranja é realizada em todo o país, alertando para a importância do uso do filtro solar incorporado na rotina.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Sobretudo, a entidade prevê que 2022 termine com um balanço de 185,6 mil novos casos da doença.
Em Mato Grosso do Sul, dados levantados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que, entre 2013 e 2021, houve o registro de 4.956 registros da doença.
Em comparação com os demais estados do Centro-Oeste, MS é o local com o maior números de casos, seguido por Goiás, com 4.841 registros nesse mesmo período.
Já em escala nacional, Mato Grosso do Sul ocupa a 9ª posição em comparação com as localidades do país. O estado com maior número é São Paulo, com 52.876 casos, seguido do Paraná, com 27.204, e Rio Grande do Sul, com 27.056.
Câncer de pele
A dermatologista Luciane Scattone explica que o câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células.
O mesmo pode ser identificado de acordo com a camada em que o tumor está localizado – epiderme, derme ou hipoderme.
“Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma e, cada um deles, se manifesta de maneira diferente. Por isso, é necessária atenção aos sintomas”, disse.
Ela destaca que o tipo CBC é o mais comum de todos os tipos e o mais fácil de tratar, já que não costuma se espalhar e geralmente apresenta lesões vermelhas que podem sangrar e até mesmo coçar.
Por outro lado, o câncer do tipo CEC surge em áreas mais expostas ao sol, atingindo as camadas um pouco mais profundas da pele em que pode haver contato com a corrente sanguínea.
“Nesse caso, o paciente pode chegar com uma queixa de uma área de ‘aspereza’ na pele que, mesmo retirando, volta”, sinaliza a dermatologista.
Por fim, o melanoma, mais raro entre os cânceres de pele e o mais grave, é caracterizado por pintas de cor escura, com bordas irregulares.
A especialista explica que mesmo sendo tipos de câncer diferentes, todos têm o comum o fato de que, se diagnosticados precocemente, as possibilidades de cura chegam a 100%, sendo essenciais as visitas rotineiras ao médico.
Filtro solar diário
A médica dermatologista destaca que o sol costuma ser visto como o principal vilão quando o assunto é câncer de pele, até porque a exposição excessiva ao sol é um fator de alto risco para a doença.
Entretanto, ela frisa que, mesmo na sombra e dentro de casa, o cuidado é necessário.
“Além de influenciar no envelhecimento da pele, o mormaço e as luzes artificiais, como lâmpadas e computadores, podem ocasionar outros problemas, como Melasma”, alerta.
Tal cuidado é necessário pois essas luzes são responsáveis por uma radiação que pode piorar doenças de pigmentação da pele.
Logo, o uso de protetor solar é indicado não somente quando há exposição ao sol, mas como uma rotina de cuidados que pode prevenir o surgimento de doenças de pele.
“Hoje existem diversas opções seguras e interessantes, como é o caso do protetor solar com cor que protege ainda mais que os comuns e pode ser usado por homens e mulheres de qualquer idade. Também é bom lembrar que devemos escolher um protetor solar que tenha um amplo espectro, ou seja, um protetor que proteja contra os raios UVA e UVB, com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30”, finaliza a médica.
Dezembro Laranja
A campanha do Dezembro Laranja é organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e promove a conscientização a respeito dos riscos do câncer de pele.
A partir de tal campanha, há orientação para a população a manter hábitos adequados de proteção solar e realizar visitas ao dermatologista para obter uma avaliação especializada.
Neste ano, a campanha tem como foco alertar para a necessidade de cuidados de prevenção permanentes, seja nos momentos de lazer (na praia, nos parques, entre outros), mas também durante a rotina diária, inclusive no dia a dia de afazeres do trabalho.
FONTE: CORREIO DO ESTADO