O Brasil mantém sua posição no topo do ranking global de notificações de dengue em 2024, com quase 6,3 milhões de casos prováveis, mais de 3 milhões confirmados em laboratório. Esta estatística é preocupante, especialmente quando observamos os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revelam um aumento contínuo de casos não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

A situação na América Latina é particularmente alarmante, com países como Argentina, Paraguai e Peru também relatando números significativos de casos prováveis.

A OMS estima que mais de 7,6 milhões de casos prováveis de dengue tenham sido registrados globalmente este ano, dos quais 3,4 milhões foram confirmados em laboratório. Além disso, mais de 3 mil mortes foram atribuídas à doença, destacando a urgência de medidas eficazes de prevenção e controle.

O aumento substancial de casos nas Américas nos últimos cinco anos é uma tendência preocupante, e a detecção de todos os quatro sorotipos de dengue em vários países da região aumenta ainda mais a complexidade do desafio.

A propagação da doença é influenciada por uma série de fatores, incluindo condições ambientais favoráveis ao mosquito vetor, bem como a mobilidade humana e o acesso limitado a medidas preventivas.

Diante desse cenário, a vacinação emerge como uma estratégia crucial para enfrentar a dengue. A vacina TAK-003, recomendada pela OMS para crianças de 6 a 16 anos em áreas com alta transmissão da doença, oferece uma ferramenta adicional no arsenal de prevenção.

No entanto, a implementação eficaz da vacinação requer não apenas recursos adequados, mas também uma abordagem integrada que inclua educação pública, controle de vetores e vigilância epidemiológica.

Além da dengue, outras arboviroses como chikungunya e zika também representam desafios significativos para a saúde pública. A sobreposição de casos e sintomas semelhantes entre essas doenças pode complicar o diagnóstico e o tratamento. Portanto, a expansão da vigilância para monitorar simultaneamente os três vírus é essencial para uma resposta eficaz.

Em suma, a luta contra a dengue e outras arboviroses exige um esforço coordenado em nível global, regional e local. Somente com uma abordagem abrangente e colaborativa podemos esperar reduzir o ônus dessas doenças e proteger as comunidades vulneráveis em todo o mundo.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO