Movidos pela emoção do reencontro após dois anos sem poder celebrar presencialmente a data, os católicos de Campo Grande se reuniram desde a manhã desta quinta-feira (16), na Praça do Rádio, na avenida Afonso Pena, para a celebração do Corpus Christi. A data relembra a presença de Jesus na Eucaristia católica.

De acordo com a organização, 3 mil pessoas compareceram para a confecção dos tapetes e, aproximadamente, 15 mil fiéis participaram da Missa campal e da procissão que seguiu até a avenida Fernando Corrêa da Costa. O momento foi de grande comoção e entrega por parte dos fiéis, que retomaram a celebração e puderam reunir todas as paróquias da Capital.

Nesses dois anos de pandemia, as igrejas estavam responsáveis por prepararem suas próprias comemorações, seguindo todos os protocolos de biossegurança.

Para o padre recém-ordenado, Gabriel da Silva Gonçalves, da Arquidiocese de Campo Grande, esse é um momento bastante esperado pelos fiéis, que puderem se unir desde a confecção dos tapetes até a procissão.

Ele ainda explica que a festa não é uma representação, mas, sim, lembra a presença real de Cristo na Eucaristia. Ordenado há quatro meses, o padre afirma que celebra a data desde criança, mas essa é a primeira vez que ele a celebrará depois da ordenação.

“Todos nós estávamos aguardando essa celebração porque motiva todas as paróquias de Campo Grande a confeccionarem os tapetes por onde Jesus Eucarístico vai passar, então, é motivo de grande alegria.

A data também une as famílias em torno da fé em Cristo e, essa celebração muitas vezes se torna uma tradição para muitas delas, que passam a religião por gerações.

A Família Pesque, que frequenta a Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio de Pádua, estava professando a fé unida durante a Missa campal, realizada na Praça do Rádio.

“Essa data é muito significativa para nossa Igreja. Nós ficamos dois anos sem poder celebrar essa data fisicamente com as pessoas e para nós católicos é momento de celebrar a vida que Ele [Jesus] nos oferece”, disse Gabriela Pesque, de 27 anos, que é filha do casal Antônio e Isa Pesque.

O clima de total devoção e de alegria por poderem realizar o evento presencial novamente, foi notado por Alisson Francis, de 26 anos, que é coordenador interparoquial da Pastoral Familiar na Paróquia Divino Espírito Santo, que afirmou que precisa apenas agradecer pela data.

“O pessoal estava com sede disso, é muita emoção. Eu senti que as pessoas voltaram em massa para a igreja porque com tudo que aconteceu fortaleceu mais a fé”, afirmou.

O sentimento de gratidão é compartilhado por Camila Machado, que é ministra extraordinária da Eucaristia na Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, que pensa que a data, além de celebrar o Corpo de Cristo, é importante para que os fiéis possam processar sua fé publicamente

“Cada paróquia ficou responsável por sua celebração e nesses dois anos nós fizemos carreatas, mas não é a mesma coisa de estar aqui com toda a arquidiocese reunida”, disse.

Quem também lembrou da importância de retomar a celebração após os dois anos de pandemia, foi Jorge Luiz Tozelin, de 60 anos, que mora em Campo Grande há 35 e mantém a tradição de celebrar a data.

“É importante que todos estejam aqui juntos recebendo uma mensagem motivadora depois de dois anos de sofrimento e de pandemia. Para nós se torna uma festa com a presença do Corpo de Cristo e a gente está compartilhando com a família católica.”, conclui.

Confecção dos tapetes

De acordo com a organização, cerca de 3 mil pessoas de 51 paróquias participaram da confecção dos tradicionais tapetes coloridos que marcam a data.

Geralmente, os preparativos são iniciados com cerca de 15 a 30 dias de antecedência, envolvendo planejamento, preparação dos materiais, pinturas e mais.

Cada paróquia decora seu tapete com características relacionadas à própria comunidade. O grupo da Perpétuo Socorro, por exemplo, realizou parte da confecção em homenagem aos 100 anos da novena em louvor à Nossa Senhora, bem como pelos 80 anos da igreja.

Fonte: Correio do Estado