A assinatura do acordo de cooperação técnica para a realização de ações de desenvolvimento dos sistemas de ILPF (Integração Lavoura Pecuária e Florestas) em Mato Grosso do Sul, realizada nesta terça-feira (22) pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Associação Rede ILPF, reforça o pioneirismo sul-mato-grossense na adoção desse modelo de produção sustentável.

“O Mato Grosso do Sul é o primeiro estado do país em área de ILPF. Isso quer dizer que é um estado vanguardista, é um estado que investe em produção, mas também em preservação. Antes disso ser uma moda, antes disso ser falado como o discurso que a gente está escutando hoje, esse Estado já trabalhava com produção e preservação. Os índices de produtividade do Estado são absurdos e a gente tem que popularizar e colocar isso para o Brasil e para o mundo”, afirmou Isabel Gouvea Maurício Ferreira, diretora Executiva da Rede ILPF na solenidade de assinatura do acordo.

Conforme a Associação Rede ILPF, Mato Grosso do Sul ocupa o 1° lugar no ranking nacional em áreas com ILPF, totalizando 3,3 milhões de hectares de áreas de criação de bovinos em pastagens a sombra de eucaliptos, ou alternando soja e milho com braquiária ou outros capins.

No país, conforme a Associação Rede ILPF, existem 17,4 milhões de hectares de áreas com algum tipo de uso da integração lavoura-pecuária-floresta. A ação da entidade também será realizada nos estados de Mato Grosso e Goiás. Em Mato Grosso do Sul, nove municípios estão inseridos na execução do acordo de cooperação técnica – Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Campo Grande, Sidrolândia, Maracaju, Dourados, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Jardim.

A formalização do acordo é uma das ações do SustentAgro: “Programa de inovação e incentivo para a adoção dos sistemas Integrados de Lavoura-Pecuária-Floresta na cadeia sustentável da soja”, executado pela Rede ILPF com apoio do Land Innovation Fund (LIF). A Associação Rede ILPF é formada e co-financiada pelas empresas Bradesco, Cocamar, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Syngenta, Timac Agro e pela Embrapa.

“O sistema de integração lavoura pecuária floresta é aquilo que nós queremos propor em termos de política pública e aqui já tem sido demonstrado no avanço do agronegócio e na agricultura familiar sul-mato-grossense. E, quando se fala em agricultura regenerativa, que é a grande discussão no mundo, necessariamente o modelo da agricultura regenerativa passa pelos sistemas de integração e Rede ILPF, obviamente, é um parceiro fundamental nesse processo”, afirmou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.

Objetivos do acordo

Entre os objetivos do acordo estão a promoção e ampliação da utilização da ILPF em polos agropecuários de Mato Grosso do Sul e fomento a implantação da tecnologia em regiões potenciais, além da realização de eventos de divulgação e apresentação da ILPF para promover a troca de conhecimentos e  integração entre técnicos, produtores e empresas do setor agropecuário e sociedade civil organizada e fomentar a discussão sobre linhas de créditos e mecanismos financeiros disponíveis para os  produtores que queiram implantar ILPF.

Por meio do acordo entre a Semadesc e a Rede ILPF será promovida a utilização do componente florestal em sistemas ILPF nas regiões onde for possível e viável, e a capacitação técnica sobre sistemas integrados ILPF para os técnicos de assistência rural. Também será realizado o levantamento de demandas dos produtores rurais que possam ser objetos de pesquisas e ações estratégicas futuras da Rede ILPF, a análise de outros interessados (stakeholders) e identificar parcerias com instituições locais para impulsionar a  adoção da tecnologia nas regiões e realizado diagnóstico de adotabilidade das tecnologias de ILPF na região, para definição de gargalos e potencialidades.

Também participaram da assinatura do acordo de cooperação técnica o secretário-adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Júnior; o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta; o secretário-executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Semadesc, Humberto de Mello; o diretor-presidente da Agraer, Washington Willemann de Souza; o presidente da Aprosoja, André Dobashi; a Famasul; representantes do Instituto Taquari Vivo e Reflore; Rafael Zanoni Fontes – chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento (Embrapa Agropecuária Oeste); Rômulo Penna Scorza Júnior – pesquisador (Embrapa Agropecuária Oeste); Rodrigo Amorim Barbosa – chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento (Embrapa Gado de Corte) e Ademir Fontana – pesquisador (Embrapa Solos).

FONTE: Marcelo Armôa, Semadesc