O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jérson Domingos e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) foi denunciado por obstrução de Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPMS).

A peça acusatória é um desdobramento da segunda fase da operação Omertà, da Polícia Civil e da promotoria, que descobriu um suposto plano para matar o delegado que coordenava as investigações sobre a suposta milícia armada que agia no Estado.

Além de Domingos, também foram denunciados os empresários, Jamil Name e Jamil Name Filho, suspeitos de serem chefes de uma das facções que comandam o crime organizado em Mato Grosso do Sul.

Além deles, também foram indiciados uma familiar deles, um policial civil aposentado, um guarda civil e dois advogados, um familiar deles, um policial civil aposentado, um guarda civil e dois advogados.

Jamil e filho estão presos desde o fim de 2019 na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Domingos tem uma relação bem próxima aos Name, pois é cunhado de Jamil.

O conselheiro já é réu em outra ação que surgiu a partir das investigações da Omertà. Neste processo ele é acusado de supostamente integrar uma organização criminosa.

Nesta fase da operação, o Gaeco aponta que Domingos exerceria o “autêntico papel de consiglieri para o líder do grupo, Jamil Name, participando ativamente das discussões de maior importância no âmbito da organização criminosa, sendo responsável por providenciar comunicações da organização criminosa com seus integrantes presos”.

Na máfia italiana existe a figura do consiglieri, que geralmente é exercida por um advogado que tem grande conhecimento jurídico. Esse papel, segundo Gaeco, foi fundamental para que o acusado fosse “um dos administradores do atentado [suposto plano para matar o delegado da Polícia Civil que coordenava as investigações contra a organização”.

O Correio do Estado tentou entrar em contato com a defesa de Domingos, porém até o momento desta publicação não obteve retorno.

Fonte: Correio do Estado