Faltando 19 dias para acabar o ano, 2022 chegará ao fim com várias vacinas do calendário infantil bem distante de bater a meta de cobertura, conforme dados preliminares do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Esses dados foram divulgados pelo Observa Infância, através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).
Sendo que a BCG é aplicada em até 12 horas depois do bebê recém-nascido – ou em geral ainda no primeiro mês -, há sentido para a alta cobertura, já que para o balanço considera-se o número de doses aplicadas nos 12 meses, em comparação com o total de nascidos vivos.
Importante frisar que, para isso, o Observa Infância leva em conta os dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc), sendo que para os maiores de 1 ano, considera-se a estimativa do ano anterior, segundo o Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM).
Situação local
Nesse cenário de baixa adesão, a cobertura segue abaixo da meta para os demais imunizantes do calendário básico previsto até os dois anos em praticamente todos os Estados brasileiros.
De acordo com o Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul teve bom desempenho ainda na aplicação de outros dois imunizantes: PCV (95% de cobertura) e MenC (90%).
Também chamada de “pneumocócia”, além de Mato Grosso do Sul, a PCV ainda teve boa adesão no Amazonas, Tocantins e Distrito Federal, registrando cobertura acima de 90%, próxima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Com isso, além da primeira vacina ao nascer e da que protege contra pneumonias, pode-se ressaltar que as crianças sul-mato-grossenses também estão devidamente protegidas, apenas contra o tipo de meningite bacteriana mais frequente no Brasil.
Assim sendo, a preocupação segue para as vacinas que são aplicadas depois do aniversário de primeiro ano da criança.
Entre elas, segundo a Fiocruz, está para a adesão da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetraviral (que inclui a primeira dose da varicela, além de sarampo, caxumba e rubéola) e hepatite A – que estão com cobertura inferior a 50% da população-alvo e ainda preocupam.
Em contato com a SES, a própria Secretaria afirma busca ainda o levantamento sobre essas aplicações específicas, junto ao setor responsável no Ministério da Saúde.
Sobre o cenário, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, que atua como Coordenadora Estadual de Vigilância Epidemiológica da SES, espera que até o próximo ano a situação se normalize.
Ela cita que ainda é preciso “resgatar” esse público, já que a pandemia abaixou os índices de cobertura vacinal e, para isso, estratégias tem sido desenvolvidas, com seis campanhas executadas em MS neste 2022.
“Da Covid-19 – que ainda continua, do Sarampo, da Poliomielite, da Multivacinação, da Intensificação da Vacinação na Fronteira e da Influenza. Acreditamos que até janeiro de 2023, vamos conseguir atingir a meta de cobertura vacinal de outros imunizantes, não somente as destacadas pelo estudo do Observa Infância. Os municípios possuem um espaço de tempo para que possam lançar seus dados sobre os imunizantes aplicados. Mas a participação da população é extremamente importante”, finaliza ela.
FONTE: CORREIO DO ESTADO