O Centro Arco-Íris de Reabilitação Alternativa (Caira-MS), levará cinco atletas ao Campeonato Mundial de Paralisados Cerebrais. Heitor Camposano, Jefferson Luiz, Moacir Silva, Cesar Batista e Matheus Cardoso embarcam para Salou na Espanha no próximo dia 26. Competição acontece entre 27 de abril e 17 de maio.

Marcos Ferreira, bronze nas paralimpíadas do Rio em 2016, atual treinador do Caira, vai à Espanha como treinador de goleiros, sua posição de origem.

Além dos representantes campo-grandenses, o Brasil conta com outros cinco atletas do Rio de Janeiro – quatro atletas do Vasco e um atleta do Clube do Otimismo, dois atletas do Distrito Federal, dois de São Paulo e um atleta de Santa Catarina, equipe comandada por Paulo Alberto Cabral.

Chamado carinhosamente de “Marcão” pelos atletas, Marcos Ferreira compõe a seleção brasileira desde 1996. Com dois bronzes e uma prata pela seleção, o treinador de Caira comemora o feito da equipe em contribuir com atletas em competições internacionais.

“O trabalho realizado com eles é referência nacional na modalidade. Sabemos das dificuldades de deslocamento, patrocínios, mas a motivação em representar nossa cidade e o país em uma competição deste nível é algo inexplicável”, disse o treinador, à frente do Caira desde 2018.

A equipe se reúne em São Paulo dia 23 deste mês onde permanece por dois dias no Comitê Paralímpico. Três dias mais tarde, embarca para a Espanha,  país do torneio.

Sobre a competição, Marcão mostrou otimismo acerca do desempenho da equipe no certame. “Contamos com um elenco grande e com toda certeza chegaremos entrosados e preparados”, disse Marcos Ferreira.

“Com a ausência da Rússia, potência da categoria, suspensa em razão dos conflitos no país, a seleção almeja fazer a final da competição”, falou o treinador. Para além do Brasil, terceiro colocado no mundial de 2019, Irã, Rússia e Ucrânia são as principais equipes da modalidade.

Artilheiro do último Campeonato Brasileiro, conquistado pelo Caira em fevereiro deste ano, o atacante Matheus Cardoso (24) atribui ao treinador Marcos parte de sua evolução dentro de campo.

“Eu era meio-campista quando o ‘Marcão’ me convidou para ser atacante. Inicialmente não achei uma boa ideia, mas rapidamente me adaptei”, disse o campo-grandense, autor de seis gols em quatro partidas no último brasileiro.

Semanalmente, o goleador disse treinar terças e quintas junto dos companheiros, e outras três vezes condicionar o físico com treinos funcionais.

“É a primeira vez que eu vou para uma competição deste nível e estou bem confiante de que podemos conquistar o título inédito para o Brasil”, relatou o atacante.  Nos pênaltis, o Caira bateu o Vasco na decisão por 4×3.

Modalidade

No futebol de PC, os atletas são divididos em três classes – FT1, FT2 e FT3. A classe FT1 é composta por atletas de maior comprometimento físico. Por regra, cada equipe deve ter pelo menos um destes atletas em campo. A classe FT2- composta por Matheus Cardoso, integra atletas de comprometimento médio.

Por fim, a classe FT3 reúne os jogadores com menor grau de paralisia. O jogo permite que apenas um atleta por time esteja no gramado.

De acordo com o atacante da seleção, o grupo de 14 atletas que vão ao mundial conta com três jogadores FT1, dez atletas de FT2, e um atleta FT3. Segundo Matheus Cardoso, todos os atletas do Caira compõem a categoria FT2.

Regras

As regras são semelhantes às do futebol convencional. As diferenças estão no número de jogadores por equipe (sete), partidas com duração de 30 minutos cada tempo, campo 70×50 metros, traves — dois metros por cinco. Os confrontos não possuem impedimento e as cobranças de lateral podem ser feitas com uma das mãos.

Competição

O Brasil está no grupo B com Irlanda, Alemanha e Tailândia.

Grupo A – Inglaterra, Holanda, Canadá e Venezuela

Grupo B – Brasil, Irlanda, Alemanha e Tailândia

Grupo C – Irã, Estados Unidos, Austrália (Rússia foi suspensa)

Grupo D – Ucrânia, Argentina, Espanha, Irlanda do Norte

Os dois melhores de cada grupo avançam às quartas de final da competição.

Fonte: Correio do Estado