A produção de celulose faz com que o município de Três Lagoas seja o campeão de exportações de Mato Grosso do Sul, conforme os dados da balança comercial divulgados nesta semana pelo governo. Campo Grande, é apenas a terceira colocada no ranking de exportações, aparecendo depois de Dourados, que ultrapassou a capital devido aos volumosos embarques de milho nos dois primeiros meses do ano.

O mesmo levantamento mostra que a China continua sendo o maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, mas que reduziu suas compras quase que pela metade: Japão e Irã aumentaram as compras por aqui.

Cidades

Conforme os dados da balança comercial, o município de Três Lagoas foi responsável por 34,91% das exportações de Mato Grosso do Sul no período de janeiro e fevereiro deste ano, que resultaram em um valor de US$ 270,42 milhões. A variação é 2,04% menor que no mesmo período do ano passado, quando a cidade foi responsável por 39,28% das exportações do Estado, com vendas de US$ 276,06 milhões.

O município de Dourados, puxados pelas vendas internacionais de milho (e também de soja) é o segundo, sendo responsável por 11,81% das vendas externas, que resultaram em US$ 91,47 milhões. O valor é 120,91% maior que os US$ 41,41 milhões do mesmo período do ano passado, quando a cidade foi responsável por 5,89% das exportações de Mato Grosso do Sul.

Capital

Campo Grande, que tem volume significativo de vendas externas na exportação de carnes, continua com um ritmo estável. Em janeiro e fevereiro foi responsável por US$ 91,47 milhões em exportações do Estado, valor que representa uma fatia de 11,46% do total das vendas para outros países.

O aumento, em relação ao mesmo período do ano passado é de 8,24%. Em 2022, a Capital comercializou US$ 82 milhões com outros países, volume que representou, à época, 11,67% do total das vendas externas de Mato Grosso do Sul.

Corumbá (US$ 40,42 milhões), Sidrolândia (US$ 27,32 milhões), Maracaju (US$ 25,89 milhões), Caarapó (US$ 25,60 milhões) e Naviraí (US$ 23,68 milhões) aparecem na sequência.

Embarques

O Porto de Paranaguá (PR), o que mais embarca grãos no Brasil, continua sendo a principal porta de saída dos produtos de Mato Grosso do Sul. DE lá, foram embarcadas 717,1 milhões de toneladas de produtos: 40,06% das exportações de Mato Grosso do Sul em janeiro e fevereiro deste ano, que equivalem a US$ 406,64 milhões. No porto paranaense também há uma quantidade significativa de embarque de produtos frigroríficos.

O Porto de Santos (SP) é o segundo em volume e em valores: 693,8 milhões de toneladas, e US$ 290 milhões em mercadorias, que equivalem a 28,6% das exportações do Estado. Por lá, além de uma quantidade menor de grãos, é exportada praticamente toda a celulose produzida em MS.

O Porto de São Francisco do Sul (SC) é o terceiro que mais embarca produtos sul-mato-grossenses: 524,1 milhões de toneladas de produtos, vendidas a US$ 191,3 milhões de dólares: 18,85% das exportações estaduais.

Itajaí (SC), que se destaca por seus terminais de cargas friríficas, embarcou 2,08% das exportações locais: 51,5 milhões de toneladas (US$ 21,16 milhões).

O destaque no primeiro bimestre de 2023 foi o aumento da participação da alfândega da Receita Federal de Corumbá (MS), por lá foram exportadas 407,1 milhões de toneladas de produtos, a maioria minério de ferro, vendidas a US$ 20 milhões: 134% a mais que no mesmo período do ano passado, quando o Rio Paraguai tinha restrições de navegabilidade, e só foram embarcadas 78,9 milhões de toneladas de produtos, a US$ 8,84 milhões.

China já comprou mais

A China ainda é o maior comprador dos produtos de Mato Grosso do Sul, mas as compras caíram quase que pela metade.

Nos dois primeiros meses deste ano, foram vendidos US$ 265,07 milhões para o gigante asiático, o que equivale a 26,11% do total das exportações do Estado. No ano passado, foram vendidos US$ 462,57 milhões para a China no mesmo período (43,94% das vendas locais), uma queda de 42,70% nas compras chinesas.

O destaque nos primeiros dois meses deste ano foram as compras feitas pelo Japão: US$ 120 milhões de dólares, 11,88% das exportações de Mato Grosso do Sul, valor 313,7% maior que no mesmo período do ano passado, quando a Terra do Sol Nascente comprou US$ 29,1 milhões em produtos locais.

Os Estados Unidos são o terceiro maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul: compraram US$ 83,59 milhões em produtos (8,23% das vendas).

Na sequência, aparecem os seguintes destinos (em valores) dos produtos de Mato Grosso do Sul: Países Baixos (Holanda), Coreia do Sul, Índia, Vietnã, Irã, Itália e Argentina.

Produtos mais vendidos

O milho foi o produto mais vendido nos primeiros dois meses deste ano: 922,6 milhões de toneladas, por US$ 268 milhões. A celulose foi o segundo produto mais vendido: 691 milhões de toneladas, vendidas por US$ 238,7 milhões.

A carne bovina aparece em seguida: faturamento de US$ 167 milhões pela venda de 134 milhões de toneladas.

Devido a sazonalidade, farelo de soja e soja, normalmente campeões da balança comercial, aparem em quarto e quinto, respectivamente, nos primeiros dois meses do ano.

Produtos mais comprados

O gás natural continua sendo o produto mais comprado: foram 844,4 milhões de metros cúbicos do hidrocarboneto extraído na Bolívia, a um custo US$ 264,5 milhões.

Os adubos e fertilizantes são o segundo ítem da pauta de exportações: 209 milhões de toneladas, que custaram US$ 91,6 milhões.

Saldo

O saldo da balança comercial foi menor no primeiro bimestre deste ano em Mato Grosso do Sul. O saldo foi de US$ 476,1 milhões.

As exportações totalizaram US$ 1,015 bilhão no período e as importações, US$ 539,1 milhões.
No ano passado, neste mesmo período, a diferença entre exportações e importações do estado foi positiva em US% 577,1 milhões. Foram exportados US$ 1,052 bilhão e importados US$ 475,1 milhões.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO