Dados da Pesquisa Agrícola Municipal divulgada nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o Centro-Oeste teve destaque positivo na produção agrícola em 2021.

A produção da região totalizou R$ 261,3 bilhões, superando em 80,4% o período anterior, com destaque para a produção de soja, milho e algodão.

Na agricultura sul-mato-grossense, valor de produção atingiu R$ 44,99 bilhões, um crescimento de 60,7% em relação ao ano anterior.

A produção de soja atingiu a produção recorde de 12,23 milhões de toneladas e teve aumento de 110% no valor da produção, se comparado a 2020, que totalizou R$ 14,30 bilhões

O milho teve sua produção reduzida em 40,3%, mas o preço compensou os produtores: no Estado, o valor de produção atingiu o recorde de R$ 8,03 bilhões, registrando alta de 7,88%.

A cana-de-açúcar também apresentou queda na quantidade produzida e aumento no valor da produção.

Foram colhidas 44,29 milhões de toneladas, 1,1% inferior ao ano anterior, com um valor de produção de R$ 5,49 bilhões, alta de 9,2%.

Destaques regionais

Dos 50 municípios com maior valor de produção do país, 26 deles estão no Mato Grosso, e atingiu R$ 151,7 bilhões, com crescimento de 91,5% ao ano.

Com isso Mato Grosso concentrou ⅕ do valor de produção agrícola do país, ou seja, 20,4%.

O destaque do Estado é a soja, maior produtor nacional, figurou um aumento de 0,8% na produção e alcançou 35,3 milhões de toneladas.

Mesmo com retração na produção do milho de 4,8%, Mato Grosso segue como maior produtor de milho, com 32,1 milhões de toneladas. O valor de produção alcançou R$38,5 bilhões, uma alta de 101,1%.

Mesmo com problemas climáticos e redução de área plantada não afetaram a produção de algodão em Mato Grosso. Junto com a Bahia, concentram mais de 90% da produção de algodão e gerou 20,9 bilhões em 2021, um crescimento de 62,4%.

Goiás também teve destaque na pesquisa, pois 6 de seus municípios estão entre os maiores produtores agrícolas do país.

Cenário nacional

O valor de produção das principais culturas agrícolas do país atingiu o recorde de R$ 743,3 bilhões em 2021, um crescimento de 58,6% em relação ao ano anterior.

A safra de grãos, por sua vez, após dois anos seguidos de recordes na série histórica, mostrou uma ligeira redução de 0,4%, totalizando 254,4 milhões de toneladas.

A área plantada do país, considerando todas as culturas, totalizou 86,7 milhões de hectares, uma ampliação de 3,3 milhões de hectares, 3,9% superior na comparação com 2020.

“O ano de 2021 ainda foi marcado pelos reflexos da pandemia de covid-19, que trouxe como consequência uma elevada demanda das commodities agrícolas ao redor do mundo e a valorização do Dólar frente ao Real. Essa situação resultou também na disparada dos preços agrícolas em 2021 na comparação com o ano anterior”, explica Winicius de Lima Wagner, supervisor da pesquisa.

Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão foram, nesta ordem, os cinco primeiros produtos no ranking de valor de produção, todos eles mostrando aumento na geração de valor.

Em termos de quantidade produzida, no entanto, apenas a soja apresentou crescimento, atingindo novo recorde. Outros produtos com aumentos na produção foram o trigo, que bateu recorde, e o arroz.

“As condições climáticas favoreceram a maior parte dos cultivos de verão, contudo, extensos períodos de estiagem durante o outono e o inverno e, também, fortes geadas castigaram as culturas da segunda safra, com perdas registradas, principalmente, na safra do milho, feijão, cana-de-açúcar e café”, explica o supervisor.

Ele complementa que apesar da tímida retração, o ano de 2021 apresentou uma boa safra: “Como 2020 foi um ano de safra recorde, temos uma base comparativa muito elevada”.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO