O casal Cláudio Jacomelli e Clarice Custodio Jacomelli, residentes de Naviraí, cidade a 345 km de Campo Grande, foi identificado em meio aos atos golpistas contra a sede dos Três Poderes no último dia 8 deste mês.
O destaque nacional se deu no último domingo (22), quando ambos apareceram em uma página de rede social que busca identificar os nomes das pessoas que depredaram o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O post possui cerca de 40 mil curtidas e 21 mil comentários até o momento.
Aposentado, Cláudio Jacomelli é ex-analista judiciário do Tribunal da Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) ao passo que Clarice Jacomelli, sua esposa, seria professora da Rede Municipal de Ensino em Naviraí.
Como apurado anteriormente pelo Correio do Estado, ambos seguiram para Brasília junto de um ônibus da Viação Netto, empresa com documentação registrada em Vicentina, também no interior de Mato Grosso do Sul.
Com mais de 1,1 milhão de seguidores, o perfil já identificou outros sul-mato-grossenses presentes no ato.
Na ocasião, o locatário do veículo disse à reportagem que o custo médio de um aluguel de um ônibus de porte grande custa em média R$ 27 mil reais.
O proprietário da empresa também destacou que 19 dos 20 nomes que seguiram para a capital federal já haviam retornado ao Estado por volta das 12h da segunda-feira (10).
No último dia 11, questionado sobre possíveis desdobramentos e investigações posteriores, Valdemar Benedetti Hermenegildo, dono da empresa de ônibus, alegou que, caso solicitado pela Polícia Federal (PF) não teria qualquer resistência em divulgar o contratante do veículo, assim como o nome de todos os passageiros do ônibus.
“Se a Polícia Federal (PF) pedir, eu dou o nome do contratante e de todos os passageiros do ônibus”, destacou.
Além de Cláudio e Clarice Jacomelli, o vídeo identifica Amauri Rodrigues, também residente de Naviraí.
De óculos escuro, boné e camiseta do Brasil, é ele o primeiro a aparecer nas imagens gravadas por Andrea Barth, motorista também em Naviraí, responsável por filmar outros sul-mato-grossenses que seguiram para o ato no dia 7 deste mês. As filmagens também identificaram Edson Rodrigues, autônomo e proprietário da empresa Calango Pneus, em Itaquiraí.
Desdobramento
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu hoje (23) três inquéritos para investigar os autores, executores e financiadores dos crimes.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) os investigados cometeram quatro crimes previstos na lei antiterrorismo e outros seis previstos no Código Penal. Sete inquéritos tramitam na Corte.
O Ministro do STF, Alexandre de Moraes destacou que entre as investigações visam apurar condutas “omissivas e comissivas dos financiadores e partícipes por auxílio material dos crimes de terrorismo previsto na Lei nº13.206/2016, associação criminosa abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime, estes últimos previstos no Código Penal, no contexto dos atos praticados no dia 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes(…)”, diz trecho do documento.
O Correio do Estado buscou contato com Claudio e Clarice Jacomelli, assim como Valdemar Benedetti, mas não obteve retorno até o fechamento do material. O espaço segue aberto.
Fonte: Correio do Estado