Campo Grande segue a tendência estadual e projeta crescimento acima da média nacional para 2022. Enquanto a estimativa nacional é de aumento de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB), Mato Grosso do Sul deve crescer 4,6%, e a Capital, 4%.

A estimativa de alta na Capital foi apresentada pelo boletim econômico desenvolvido pelas secretarias municipais de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) e de Finanças e Planejamento (Sefin).

Os economistas das secretarias atribuem o crescimento à expansão do comércio e dos serviços.

“O setor de serviços, principal segmento da economia de Campo Grande, com um peso de 71,91% na economia municipal e 54,60% na economia estadual, avançou 11,6% no acumulado de 2021, enquanto as atividades comerciais registraram crescimento de 11,5%. Vale frisar que os setores de comércio e serviço foram os segmentos mais impactados pela pandemia e pelas corretas medidas para contê-la”, detalha o relatório técnico.

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS), de competência municipal e importante índice de mensuração de atividade econômica local, demonstra crescimento na arrecadação deste tributo em 2022 ante o mesmo período do ano passado.

De janeiro a julho deste ano, foram arrecadados mais de R$ 287,2 milhões com o imposto, já em 2021 o montante arrecadado foi de R$ 237 milhões, um crescimento real (descontada a inflação do período) de 11%.

EMPREGOS

Com o bom desempenho dos setores, também há o aumento do número de empregos formais.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a julho, foram gerados 9.840 postos de trabalho na Capital, sendo mais de 6,38 mil apenas no setor de serviços. No comércio, 1.684 novos postos de trabalho foram gerados.

O crescimento tanto do Estado quanto da Capital está acima do estipulado no novo relatório Focus do Banco Central para a economia do País. Divulgado ontem (26), o relatório de mercado aponta que o PIB brasileiro deve chegar a 2,67%.

Conforme o doutor em Economia Michel Constantino, a economia nacional melhorou muito esse ano, e a previsão de crescimento é cada vez mais positiva, chegando próximo de 3%.

“Campo Grande puxa esse crescimento por ser região central e ter sua atividade de serviços e construção civil em pleno crescimento. Além do agro, a Capital se abastece do turismo e das atividades complementares para todo o Estado”, analisa.

A titular da Sefin, Márcia Helena Hokama, ressalta a retomada das atividades como um fator de impulsionamento da Capital.

“Estamos com crescimento bom em relação a outros exercícios. O crescimento econômico, por conta da retomada da Covid-19, quando as pessoas estavam resguardadas e a economia deficitária, nos permitiu apresentar melhor as expectativas de crescimento para este ano”, comentou.

CONTAS

A secretária municipal de Finanças prestou contas do segundo quadrimestre de 2022 da Prefeitura de Campo Grande, na Câmara Municipal.

A receita do orçamento de todas as fontes cresceu 11,99% na comparação com o mesmo período de 2021. Saindo de R$ 3,048 bilhões em 2021 para R$ 3,414 bilhões de arrecadação no mesmo período de 2022.

Entre os desafios está a readequação da folha de pagamento dentro do Limite Prudencial. De acordo com a secretária, atualmente, a prefeitura gasta 53,78% com salários de servidores, tudo em razão da readequação dos regimes de pagamento.

A titular da pasta ainda deixou claro que foram feitas previsões para inserção dos aumentos concedidos pelo Executivo municipal a algumas classes, como professores, por exemplo, e o chamamento do concurso da Guarda Civil Municipal.

Sobre a contratação de profissionais de outras áreas, ela deixou claro que é necessário equalizar a folha primeiro. “Não é possível fazer contratações sem que haja equilíbrio das despesas de pessoal”, sentenciou.

Hokama comenta também que o cenário de instabilidade nacional e mundial, além da inflação generalizada do mundo todo, fez com que os resultados do orçamento não sejam tão altos. “Sempre temos de considerar o aumento da inflação e o cenário de guerra, com isso crescemos um bocado considerável”, declarou.

ESTADO

Conforme já publicado pelo Correio do Estado na edição de 26 de agosto, para 2022, MS  terá o segundo maior crescimento do País, de 4,6%, segundo levantamento realizado pela Tendências Consultoria. Para 2023, a consultoria projeta que o Estado tenha o maior crescimento do País, com 2,3%.

A gestão estadual concorda que será o maior crescimento do Brasil, mas discorda em relação ao tamanho da ampliação e aponta para crescimento de 5% para o próximo ano. Enquanto a estimativa do Boletim Focus indica alta de 0,50% para o País.

A prefeitura da Capital ainda não apresentou uma estimativa para o próximo ano.

R$ 5,418 bilhões

O orçamento de Campo Grande para 2023 é estimado em R$ 5,418 bilhões.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO