Campo Grande é a capital mais rápida em abertura de empresas do Centro-Oeste.

Em média, oito horas (7,6) é o tempo necessário para a abertura de uma empresa na Capital, conforme os dados do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Conforme os dados, em Cuiabá (MT), o tempo médio para abertura de empresas é de nove horas (8,7), enquanto em Brasília é de 11 horas. O estado de Goiás não apresenta dados no mapa.

Esse resultado faz com que Campo Grande esteja também entre as mais rápidas em âmbito nacional. No Brasil, Aracaju (SE) e Recife (PE) lideram o ranking, com tempo médio de duas horas, seguidas por Curitiba (PR), com quatro horas, e Vitória (ES), com média de cinco horas.

Além de Campo Grande, outras quatro capitais no País também apresentaram o mesmo prazo em janeiro de 2023: Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB), Manaus (AM) e São Luís (MA).

Nas demais cidades mais populosas de Mato Grosso do Sul, Dourados é o município com tempo médio de abertura de empresas mais próximo da Capital, 7,7 horas. As médias em Três Lagoas e Corumbá são de 12 horas e 34,9 horas, respectivamente.

Campo Grande ainda apresentou uma redução de 81,4% no prazo necessário para o registro de uma empresa em relação a janeiro de 2022, de acordo com os dados.

No ano passado, a média no mesmo período foi de 1 dia e 19 horas. Também houve uma retração em comparação com dezembro de 2022, que registrou tempo médio de 15 horas.

Em questão de natureza jurídica, o empresário individual é o que menos leva tempo para abrir sua empresa, também com média de oito horas (7,4). As sociedades limitadas levam em média 15 horas, e as anônimas, 19 horas.

As cooperativas também vão além da média, com duração média para abertura de 27 horas (27,3). E os consórcios de sociedades são os que mais demoram para serem abertos no Estado, com tempo médio de 120,2 horas.

MODERNIZAÇÃO

Em janeiro deste ano, foi concluída a integração de diferentes instituições na Rede Nacional Para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) e todo o processo de digitalização dos procedimentos da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems), que teve início em 2018.

Naquela época, o tempo médio para a abertura de uma empresa era de 44 horas.

A Redesim foi criada pelo governo federal, sendo um conjunto de sistemas informatizados que operam entre si para desburocratizar os processos de registro e legalização de pessoas jurídicas.

Em Mato Grosso do Sul, os órgãos que integram a Redesim são o Sebrae, a Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) e os cartórios, responsáveis pelas etapas de abertura de empresas.

Além desses, também fazem parte todos os órgãos das áreas tributárias e de licenciamento. Todos os serviços podem ser feitos de forma digital.

De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a modernização foi essencial para o processo de abertura de novas empresas.

“Hoje, uma empresa pode ser aberta de qualquer lugar de Mato Grosso do Sul e qualquer lugar do País, desde que por um profissional habilitado que tenha o token”.

EMPRESAS

Mato Grosso do Sul registrou novo recorde na abertura de empresas no primeiro mês deste ano. Conforme balanço divulgado pela Jucems, foram abertas 744 empresas em janeiro, número 10,4% superior ao apurado no mesmo mês do ano passado (674).

Na distribuição por setores da economia, o setor de serviços respondeu por 73,39% do total de empresas abertas em janeiro (546), seguido por comércio (23,92% ou 178 empresas) e indústria (2,69% ou 20 empresas).

Entre os municípios, Campo Grande lidera, com 298 empresas, seguido de Dourados (74), Três Lagoas (34), Ponta Porã (23), Naviraí e Nova Andradina (19), Chapadão do Sul, Corumbá e Maracaju (16) e Paranaíba (15).

No relatório detalhado da Jucems, divulgado em reportagem do Correio do Estado publicada em janeiro, consultórios médicos, transportadoras, escritórios das mais variadas áreas profissionais e lojas de roupas foram os tipos de empresas mais abertos no Estado no ano passado.

Ainda conforme o relatório, holdings não financeiras, firmas de treinamento profissional, restaurantes e empresas de construção, de serviços de engenharia e de promoção de vendas completam o top 10 quando o assunto é abertura de novos empreendimentos.

O ex-presidente da Jucems e coordenador de apoio à micro e pequena empresa da Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico, Augusto Castro, comentou sobre a importância na redução do tempo de abertura de empresas.

“Essa diminuição se deve à implementação de tecnologias. Para este ano, a tendência é de mais modernização e de uma presença ainda maior da Jucems em todos os 79 municípios”, destacou.

 

FONTE: CORREIO DO ESTADO