Nesta quarta-feira (21), entramos astronomicamente na estação do inverno, mas não significa que meteorologicamente ocorre o mesmo, explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Olívio Bahia.
Segundo ele, os primeiros dias do inverno sul-mato-grossense serão típicos de nossa região, que é tropical, ou seja, teremos um começo de inverno seco e pouco frio.
“As noites serão mais frias e os dias quentes. Também não há previsão de chuvas para os próximos dias”, pontuou o meteorologista.
Ao longo desta semana, espera-se que a temperatura suba gradativamente, ao mesmo tempo que umidade relativa do ar também cairá gradualmente.
Até este domingo (18), as temperaturas mínimas no Estado chegaram a 4,8ºC no extremo sul. Enquanto em Campo Grande foi de 8,7ºC, informou Olívio. Já as máximas variaram entre 18ºC e 26ºC.
Além disso, com o passar das chuvas torrenciais e frente fria que se alastrou em Mato Grosso do Sul, a umidade relativa atual é considerada estável e varia entre 35% e 40% de mínima, permanecendo assim até terça-feira (20).
Já a partir de quarta-feira (21), as temperaturas sobem mais, podendo ocorrer máxima de 32ºC em algumas regiões do Estado, além de umidade que pode chegar à mínima de 20%.
Baixa umidade do ar
Com a previsão de baixa umidade relativa do ar, o meteorologista do Inmet destaca a importância de manter os cuidados da saúde, com muita hidratação e protetor solar.
Sobretudo, é um momento de alerta com relação aos riscos de incêndios florestais, comuns em Mato Grosso do Sul nesta época do ano.
Inverno de 2022
Curiosamente, o período de inverno de 2022 registrou uma queda substancial de queimadas, com números inferiores até mesmo que os do verão.
Desde o ano passado, há uma queda consecutiva nos focos de queimada, principalmente no Pantanal.
Entre os motivos está o intenso trabalho dos órgãos responsáveis no controle e prevenção de incêndios, aliado a um período muito chuvoso, incluindo o inverno de 2022.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, em agosto de 2022 as chuvas foram atípicas e atingiram volumes acima da média histórica.
Geralmente, a estação de inverno é seca com pouca ou nenhuma chuva, mas fatores como oscilação antártica, mudança no fluxo de ventos e transporte de umidade, mudaram o cenário climatológico à época.
Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, o acumulado previsto para todo o mês de agosto é de 31,4 milímetros em Campo Grande, e, neste período de 2022, choveu 239,4 mm, ou seja, sete vezes a mais que o esperado.
Com relação ao combate dos órgãos especializados, a Polícia Militar Ambiental informa ter trabalhado ativamente na prevenção de crimes ambientais e fiscalização do setor, refletindo na queda de queimadas.
À época, o tenente-coronel Leonardo Rodrigues Congro, assessor Bombeiro Militar na Semagro, destacou que dois fatores principais contribuíram para a queda dos incêndios.
O primeiro foi o acumulado de chuvas de agosto que esteve acima da média histórica, e o segundo foi a implantação do Plano de Manejo de Fogo, que permitiu ao Corpo de Bombeiros trabalhar com uma maior presença de bombeiros militares no bioma, agindo em diversas frentes.
Em 2022, o Pantanal teve área queimada com redução de 61,20% em comparação com o registrado em 2021. Foram 570.225 hectares atingidos pelo fogo em 2021 ante 221.225 hectares em 2022.
FONTE: CORREIO DO ESTADO